Cinco minutos? Meia hora? Uma hora? Qual é o tempo aconselhável? Existe um limite?Duas pessoas que se amam dedicam quanto tempo por dia a conversar? O maior tempo possível!
Hoje em dia, os casais costumam manter uma comunicação constante: buscam tempo para ver-se, mas, quando isso não é possível, ligam, ficam mandando mensagens um para o outro, conversam online.
O que acontece quando um dos dois interrompe a comunicação, deixa de atender às ligações, para de enviar mensagens? O relacionamento começa a enfraquecer.
Pois bem, com Deus acontece algo semelhante. Sua relação com Ele será tão sólida quanto for a comunicação entre vocês.
E, para que tal comunicação seja sólida, ela precisa ser contínua. Assim, por exemplo, pela manhã, antes de sair da cama, você pode dedicar uns minutinhos a agradecer-lhe e colocar os dias nas suas mãos.
Ao longo dia, mantenha o que São Francisco de Sales chamava de “constante consciência da presença divina”. Sinta como Ele está com você; dirija-lhe, de vez em quando, uma frase, um olhar interior, um “tuíte espiritual”…
Em algum momento do dia, você pode dedicar pelo menos meia hora a ter um encontro exclusivo com Ele, no qual você lhe dedique toda a sua atenção.
Por que meia hora? Porque é o tempo mínimo para que você possa se acomodar em algum lugar, livrar-se das distrações e dispor-se para estar presente de corpo e alma, e então dedicar pelo menos uns quinze minutos à oração propriamente dita.
Por último, antes de dormir, dirija novamente seu olhar a Ele e agradeça-lhe pelo dia, peça-lhe perdão, coloque em suas mãos o que você pretende fazer no dia seguinte.
Isso é o mínimo. Se você puder ir à Missa durante a semana e orar um pouco diante do Santíssimo, melhor ainda.
Há pessoas que dizem aos padres: “Já que o senhor está tão perto de Deus, reze por mim”. Mas por que essa pessoa se resigna a estar longe? Toda pessoa pode estar muito perto de Deus; basta querer dedicar-lhe tempo de qualidade.
Vida de oração
O Catecismo da Igreja Católica afirma que a oração é a vida do coração novo. Ela deve animar-nos a todo o momento.
Devemos lembrar-nos de Deus com mais frequência do que respiramos. Mas não se pode orar «em todo o tempo, se não se orar em certos momentos, voluntariamente: são os tempos fortes da oração cristã, em intensidade e duração. (CIC 2697)
Assim, a Tradição da Igreja propõe aos fiéis ritmos de oração destinados a alimentar a oração contínua.
Alguns são quotidianos: a oração da manhã e da noite, antes e depois das refeições, a Liturgia das Horas. O Domingo, centrado na Eucaristia, é santificado principalmente pela oração. O ciclo do ano litúrgico e as suas grandes festas constituem os ritmos fundamentais da vida de oração dos cristãos. (CIC 2698)
O Senhor conduz cada pessoa pelos caminhos e da maneira que Lhe apraz. Por seu turno, cada fiel responde-Lhe conforme a determinação do seu coração e as expressões pessoais da sua oração. No entanto, a tradição cristã conservou três expressões principais da vida de oração: a oração vocal, a meditação e a contemplação. Têm um traço fundamental comum: o recolhimento do coração. Esta atenção em guardar a Palavra e permanecer na presença de Deus faz destas três expressões tempos fortes da vida de oração. (CIC 2699)
(Artigo adaptado e ampliado a partir do original de Alejandra María Sosa Elízaga – SIAME)