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Hospital do Papa consegue separar gêmeas siamesas unidas pela cabeça

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Reportagem local - publicado em 10/07/20
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As duas crianças vieram de um dos países mais pobres do mundo e a sua operação exigiu mais de um ano de estudos e 3 fases cirúrgicasO Hospital Bambino Gesù, reconhecido como o melhor hospital pediátrico da Europa e apelidado de “hospital do Papa” por ser administrado pelo Vaticano, conseguiu separar com sucesso as gêmeas siamesas Ervina e Perfina, provenientes da República Centro-Africana, um dos 5 países mais pobres do planeta.

O delicadíssimo procedimento exigiu mais de um ano de estudos e 3 fases cirúrgicas porque as meninas estavam unidas pela cabeça e compartilhavam grande parte do sistema nervoso e vascular. Trata-se do primeiro caso na Itália e possivelmente no mundo de uma cirurgia bem sucedida em gêmeos craniópagos totais posteriores, uma das formas mais complexas de fusão entre crânio e cérebro. A separação final foi realizada em 5 de junho, numa operação que durou 18 horas e contou com a participação de mais de 30 profissionais, entre médicos e enfermeiros. Poucas semanas depois, as meninas puderam festejar o seu segundo aniversário finalmente divididas em seu corpo, mas “próximas mais do que nunca na alegria”, conforme relatou o Vatican News.

Mariella Enoc, diretora do Hospital Bambino Gesù, conheceu as gêmeas quando elas tinham poucos meses de vida, em outro hospital fundado pelo Papa Francisco a muitos quilômetros de Roma: em Bangui, a capital da República Centro-Africana. Ela tinha viajado ao país para acompanhar a expansão das instalações pediátricas. Mariella propôs levar as meninas a Roma, junto com a mãe, para lhes proporcionar um tratamento mais completo. Nascidas em 29 de julho de 2018 na aldeia de Mbaiki, a cerca de cem quilômetros de Bangui, elas tinham precisado ser transferidas para a capital já no próprio dia do nascimento.

O desafio de uma separação bem-sucedida era grande por causa da complexidade do caso, definido como “muito raro” pelo Dr. Carlo Efisio Marras, médico responsável pela neurocirurgia do Bambino Gesù:

“A peculiaridade consistia no fato de que o ponto de contato dos dois crânios envolvia importantes estruturas venosas. O nosso objetivo era muito ambicioso: salvar as duas meninas e em perfeitas condições”.

Agora, um mês depois da cirurgia final, as meninas estão em bom estado de saúde, mas continuam na divisão de neurocirurgia do Hospital do Vaticano porque precisam finalizar o programa de reabilitação. Elas estão usando um capacete de proteção durante mais alguns meses, mas seu cérebro está intacto e o sistema “recriado” está funcionando bem. Com um novo futuro à sua espera, as duas pequenas dormem serenas em caminhas ao lado da cama da mãe.

A mãe das crianças, aliás, agradeceu vividamente aos médicos do Bambino Gesù:

“Agora elas podem correr, rir, estudar. Eu não estudei, espero que elas possam estudar e quem sabe ser médicas e salvar outras vidas”.

Ela agradeceu também ao Papa Francisco pelo que faz continuamente pelas crianças de Bangui e manifestou o desejo de que as filhas sejam batizadas por ele.


POPE HOSPITAL
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