O pe. João Paulo Santos encara o seu novo desafio com boas expectativas: “uma missão que os redentoristas exercem há mais de 125 anos”Foi celebrada neste domingo, 27, a Missa de posse do pe. João Paulo Santos de Souza como reitor do Santuário Basílica de Trindade, em Goiás. Ele substitui no cargo o pe. Robson Oliveira, afastado há mais de um mês em decorrência das investigações do Ministério Público sobre supostos desvios de R$ 120 milhões doados por fiéis à Associação Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe), entidade que administra o santuário. O pe. Robson também está afastado da presidência da associação.
Missionário redentorista, o pe. João Paulo considera a sua nova missão desafiadora, mas a encara com boas expectativas:
“O sentimento é de alegria por poder colaborar com uma missão que os redentoristas exercem há mais de 125 anos, aqui no Santuário Basílica, propagando a devoção ao Divino Pai Eterno e acolhendo os romeiros de todas as partes do Brasil e do mundo”.
Trajetória do pe. João Paulo
O sacerdote nasceu em 24 de junho de 1983 em São João do Araguaia, no Pará. Sua família mudou-se para Trindade, onde ele foi criado com cinco irmãos. Licenciado em Filosofia pela PUC-GO e bacharel em Teologia pelo IFITEG, ele tem especialização lato sensu em Cinema e Educação pela UEG e fez mestrado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Hoje, o padre cursa doutorado também em Sagrada Escritura pela Universidade Gregoriana de Roma.
Ordenado sacerdote em 28 de novembro de 2009, o pe. João Paulo já colaborou nos Seminários Padre Pelágio, São José e São Clemente e foi vigário nas paróquias de Trindade, Nossa Senhora da Guia (Aparecida de Goiânia, GO), São Pedro Apóstolo (Vila Rica, MT), Nossa Senhora de Lourdes (Goiânia) e Nossa Senhora da Abadia (Abadia de Goiás, GO). Ele também é membro do governo provincial dos redentoristas em Goiás.
Investigações em andamento
O Ministério Público de Goiás deflagrou em 21 de agosto a Operação Vendilhões, que investig suposta apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal. Os alvos da investigação são três entidades chamadas Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e o seu então presidente, pe. Robson Oliveira. O sacerdote, que sempre negou os crimes, pediu afastamento das suas funções no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e nas Afipes, visando contribuir para as apurações e, segundo ele, comprovar que não há irregularidades.
Para o Ministério Público, o sacerdote e pessoas de seu círculo de confiança utilizaram indevidamente e de modo sistemático o patrimônio das associações em benefício próprio, realizando “milhares de operações imobiliárias, muitas delas com indícios de elevado prejuízo material”.
Na última quarta-feira, 23, a juíza Placidina Pires, da Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais, decidiu liberar as contas da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) por considerar que a Afipe é vítima “dos supostos fatos criminosos objeto de apuração no Gaeco, de forma que não se mostra razoável a manutenção do bloqueio judicial, sobretudo considerando que a referida associação já providenciou, por conta própria, a adoção de algumas medidas internas para afastar eventuais riscos de reiteração das práticas ilícitas“.
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