É normal que uma criança ouça palavrões no parquinho, mas isso não significa que os pais devam permitirMesmo que vocês, como pais, sejam exemplares quando se trata de não usar linguagem chula (o que nem sempre é fácil!), inevitavelmente chegará o dia em que seu adorável filho trará da rua ou da escola um palavrão ou algumas frases inadequadas. De fato, os insultos podem ser aqueles que você nem sabia que existiam.
Você pode se sentir preocupado, mas não fique muito preocupado. “O filho aprender palavrão no parquinho é normal!” explica Laure Dezert, psicóloga clínica especializada em paternidade, que também é mãe. Ela explica:
Dizer palavrão na escola é uma forma de integração no grupo. Qualquer um que não diga palavrões é considerado ‘bonzinho’. Os pais devem ter isso em mente: uma criança, especialmente um adolescente, não deseja ser condenado ao ostracismo.
Dito isso, embora seja normal e previsível para uma criança aprender e repetir palavras vulgares, é responsabilidade dos pais educar seus filhos e ensiná-los sobre a importância das palavras.
Muito mais do que uma questão de educação
O filho dizer ou não dizer palavrão não é apenas uma questão de educação. Embora seja verdade que crianças que se expressam corretamente serão chamadas de educadas e bem-educadas, essa atenção ao vocabulário vai muito além. Faz parte da educação social geral das crianças e de seu lugar na família e na sociedade.
Desde muito cedo, as crianças vivem em grupo, antes de mais nada dentro da família, onde começam a aprender a respeitar os outros. Assim, não xingar seus irmãos é um primeiro passo importante para respeitar a dignidade de seus semelhantes.
Reagir ao palavrão também é uma questão de fazer nosso filho entender a diferença entre as gerações. “Você não pode conversar com seus amigos da escola, seus irmãos e irmãs e seus pais, todos da mesma maneira”, enfatiza Laure Dezert.
Embora um pai possa impedir um filho que insulta seu irmão com palavrão simplesmente dizendo: “Existem maneiras melhores de falar com seu irmão”, uma reação mais firme é necessária quando os filhos insultam o pai ou a mãe. É uma forma de afirmar o lugar e a autoridade do pai ou da mãe como pais, não com base numa lógica autoritária ou patriarcal, mas tendo em vista o bem da criança e o bem comum.
Boa sociabilidade
Linguagem vulgar e o bem comum: qual é a relação entre esses dois conceitos? Para Laure Dezert, há uma conexão importante. Não aceitar palavrão vindo de seu filho é uma forma de servir ao bem comum. O bem comum significa trabalhar pelo bem de todo o grupo, ao mesmo tempo que pelo bem das pessoas.
Repreendendo – ou pelo menos desencorajando – a linguagem grosseira de nossos filhos, não apenas os ajudamos a crescer, mas também defendemos a posição da pessoa ofendida, bem como estabelecemos a autoridade adequada. “Ajudamos nossos filhos a crescer, forçando-os a superar o estágio impulsivo e a alcançar outro estágio de desenvolvimento mais construtivo, ao mesmo tempo em que resgatamos o conceito de respeito e autoridade certa, que hoje falta muito”, diz a psicóloga.
Por noção de autoridade justa, ela se refere àquela definida pelo filósofo católico Fabrice Hadjadj, que restitui a um pai seu papel de pai simplesmente porque é pai ou mãe (e não especialista). Na verdade, para Hadjadj, a relação de criação de filhos entre pais e filhos é baseada em uma “autoridade sem especialização”, apesar de suas falhas e fraquezas.
“A autoridade paterna e materna tem um valor em si mesma, e até mesmo um valor inestimável”, explica Fabrice Hadjadj. Ele diz que a autoridade do pai e da mãe vem de um dom de Deus.
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