“A luta contra o racismo não pressupõe uniformidade, mas multiplicidade na unidade”, destacou o cardeal RavasiContra o racismo, cardeal nos recorda que “somos todos humanidade”: o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, participou recentemente da teleconferência “O racismo, as mulheres e a Igreja Católica“, na Universidade Lumsa.
Ele afirmou:
“A luta contra o racismo não pressupõe uniformidade, mas multiplicidade na unidade”.
E acrescentou:
“Somos todos Adão”.
A mensagem, de fato, é simples: somos todos igualmente humanos; somos todos igualmente criados por Deus. O cardeal recordou, aliás, que a palavra “adamah”, origem do nome “Adão”, tem no hebraico o significado de “humanidade”. Além disso, Ravasi destacou que, nas cartas aos Gálatas e aos Colossenses, São Paulo afirma que “não há escravo ou liberto, bárbaro ou estrangeiro”, porque “somos todos um em Cristo”.
O cardeal italiano reforçou estas palavras do Papa Francisco:
“Não podemos tolerar qualquer tipo de racismo e, ao mesmo tempo, afirmar que defendemos a sacralidade de toda vida humana”.
Por isso, defender a vida envolve o compromisso de combater todo gesto que fira a sua dignidade. Ravasi prosseguiu:
“O racismo é a negação da relação, é uma forma de negacionismo social e espiritual”.
A teleconferência abordou a importância da educação para combater o racismo e superar preconceitos, particularmente os que segregam pessoas com base em características étnicas ou genéticas.
Os participantes observaram que a encíclica “Fratelli tutti“, do Papa Francisco, alerta para o fato de que o racismo “é um vírus que muda facilmente”: ele se dissimula, mas está sempre à espreita, o que nos exige atenção permanente. A vacina contra ele, de todos modos, é a fraternidade: “Somos todos irmãos, criados à imagem e semelhança de Deus”.
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