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Gênio da música brasileira recebe museu virtual

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Octavio Messias - publicado em 26/11/20
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Homenagem a Itamar Assumpção entrou no ar no Dia da Consciência Negra Egresso da cena alternativa da noite de São Paulo, o cantor, compositor, produtor, multi-instrumentista, poeta e ator Itamar Assumpção (1949-2003) foi redescoberto e sua obra voltou a ser cultuada com o advento do streaming, uma vez que se seus álbuns em vinil tornaram-se raros ao longo dos anos e muitos não chegaram a sair em CD. Seu resgate também está relacionado a um movimento de valorização da cultura autenticamente brasileira e, portanto, com elementos de oralidade e de uma ancestralidade negras. Natural de Tietê, no interior de São Paulo, Itamar era bisneto de escravos angolanos.

 

Consciência Negra

Com o intuito de preservar e difundir seu brilhante legado, entrou no ar na semana passada, no Dia Consciência Negra, o MUI.TA – Museu Virtual Itamar Assumpção (www.itamarassumpcao.com.br). A curadoria do projeto foi realizada por Anelis Assumpção, sua filha caçula, cantora e compositora de prestígio. Sua mais velha foi a também cantora Serena Assumpção, que morreu em 2016, aos 39 anos, vítima de câncer – a mesma causa da morte do pai. 

Acervo permanente 

Tornado virtual em decorrência da pandemia do coronavírus, o MU.ITA disponibiliza uma exposição permanente com mais de 2.000 itens de Itamar Assumpção, além de exposições em temporadas de artistas relacionados ao universo ou que promovam uma intersecção com a linguagem do músico, cuja discografia completa, com seus dez álbuns, também fica disponível para streaming gratuito. O museu virtual ainda conta com a Sala Serena, dedicada à memória de sua primogênita, um espaço dedicado ao trabalho de artistas que produzam obras de matriz africana e até mesmo uma gift shop com produtos exclusivos. O museu traz uma perspectiva afrofuturista ao legado do artista, situado em meio a outros ícones negros como Jimi Hendrix, Elza Soares e Abdias Nascimento.

Experimentalista 

Em seus arranjos, vocalizações, letras e até mesmo em suas performances um tanto teatrais, Itamar Assumpção demonstrava vocação para a transgressão artística, o que atingia por meio de um processo experimental. O que condiz com seus anos de formação como músico, em que aprendeu a tocar violão tirando as faixas de Jimi Hendrix de ouvido. Sua sonoridade, única, resulta da antropofagiade de referências negras distintas como Adoniran Barbosa, Cartola e Miles Davis, além do guitarrista norte-americano. 



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