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Bispos franceses peitam governo por limitações arbitrárias em Missas

Emmanuel Macron
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Francisco Vêneto - publicado em 01/12/20
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Restrições ao culto religioso não apresentam base científica alguma: são puramente ideológicas e arbitráriasBispos franceses peitam governo por limitações arbitrárias em Missas, enquanto católicos de toda a França organizam numerosas manifestações públicas em diversas cidades pelo direito à prática responsável do culto religioso. O estopim da reação católica foi a decisão das autoridades nacionais de impor novas e nada razoáveis restrições à celebração da Santa Missa, amparando-se na justificativa ideologicamente elástica de combater o coronavírus.

Os fiéis acatam e já estão cumprindo há meses as medidas de segurança para evitar os contágios, que incluem desde o distanciamento social até os protocolos gerais de higiene, passando pela limitação das participações presenciais nas Missas ao teto de 1/3 da capacidade das igrejas. O que o clero e os católicos em geral estão questionando é a arbitrariedade e a falta de embasamento científico das determinações mais restritivas, que, recentemente, tentaram impedir novamente o culto e, depois, impuseram um limite perfeitamente infundado de 30 pessoas por celebração – válido fosse qual fosse o tamanho da igreja.

De fato, o bispo de Nanterre, dom Matthieu Rougé, observou que “trinta pessoas é muito pouco numa grande catedral e é gente demais numa pequena capela”. Este mesmo bom senso, porém, brilhou por sua ausência nos desmandos autoritários governamentais, muito embora as autoridades tenham passado o ano inteiro enchendo a boca para proclamar que se regem somente por “critérios científicos”.

Diante da insustentabilidade lógica desta sequência de tentativas arbitrárias, o presidente francês Emmanuel Macron declarou em 24 de novembro ao presidente da Conferência Episcopal Francesa que revisaria o teto de 30 pessoas e que as novas regras seriam divulgadas em 26 de novembro. No entanto, o dia 26 chegou e o Ministro do Interior confirmou que seria mantido o limite arbitrário de 30 pessoas por culto.

Bispos franceses peitam governo

Cansados da incoerência das autoridades, alguns bispos franceses disseram abertamente que não acatarão esse limite irracional.

Dom Norbert Turini, por exemplo, determinou aos sacerdotes da sua diocese de Perpignan que eles não devem “erigir-se como ‘contadores’ das suas assembleias dominicais, nem rejeitar, se for o caso, a 31ª pessoa e as seguintes que se apresentarem”. E completou: “Eu assumo a inteira responsabilidade. Se for necessário, responderei pessoalmente diante dos poderes públicos”. Ao mesmo tempo, dom Turini pede aos presbíteros que mantenham todas as precauções sanitárias “que nós temos respeitado escrupulosamente”.

O arcebispo de Toulouse, dom Robert Le Gall, seguiu a mesma linha e orientou seus sacerdotes a “manterem com responsabilidade e da melhor maneira as regras sanitárias neste panorama inaplicável” [do limite de 30 pessoas].

O bispo de Versalhes, dom Éric Aumonier, também pediu aos padres para manterem a “responsabilidade sanitária” e “não ultrapassar o terço da capacidade” de cada igreja durante as Missas.

De fato, o critério de 1/3 da capacidade é muito mais razoável que o limite arbitrário e genérico de 30 pessoas para qualquer tamanho de igreja.

Os bispos franceses denunciam que o governo do país não mantém um diálogo de verdade com a Igreja, embora propagandeie que sim. Aliás, dom Luc Ravel, arcebispo de Estrasburgo, descreveu a suposta “abertura” do governo como “diálogo de surdos”, dado o “hábito governamental de nunca levar em conta as propostas do episcopado francês”.

Segundo Vincent Neymon, secretário geral adjunto da Conferência Episcopal da França, os bispos do país estão “completamente em cólera” com as arbitrariedades da administração Macron, que alardeia democracia, mas age autoritariamente e movida por interesses ideológicos.

Vários bispos já avisaram que, diante da postura incoerente do governo, não hesitarão em recorrer ao Conselho de Estado.

As informações são do jornal francês Le Figaro.



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