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Papa fala do câncer infantil evocando ciência e fé: “confio a Nossa Senhora”

Papa Francisco visita Hospital Bambino Gesù
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Reportagem local - publicado em 16/02/21
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Vaticano mantém uma das instituições pediátricas mais reconhecidas da Europa, o Hospital Bambino GesùPapa fala do câncer infantil pedindo intercessão de Nossa Senhora pelos médicos e pelas crianças doentes. Francisco tocou no assunto por ocasião do Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, que foi recordado nesta segunda, 15 de fevereiro.

Via rede social, o Papa fez estes votos:

“Que o Senhor inspire cada um de nós a estar próximo de quem sofre, sobretudo das crianças, e a colocar os frágeis em primeiro lugar. Confio a Nossa Senhora os médicos e todas as crianças doentes para que cuide de todos eles com seu afeto de mãe”.

O desafio do câncer para as crianças

O Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil é uma iniciativa criada há 20 anos para conscientizar as pessoas sobre o câncer infantil e para prestar apoio às famílias que têm crianças com a doença.

O câncer infantil ainda tem causas desconhecidas na maioria dos casos. É diferente da situação dos adultos, em que muitos tumores são associados a fatores como dieta, álcool e tabagismo, além de questões ambientais e ocupacionais.

No Brasil, o câncer é a primeira causa de morte entre crianças e jovens de 1 a 19 anos, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os três tipos mais comuns nessa faixa etária são as leucemias, os linfomas e os tumores cerebrais, que atingem o sistema nervoso central. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em até 70%, segundo o Inca.

Papa fala do câncer infantil evocando ciência e fé

Francisco mencionou os médicos em sua prece pela cura do câncer infantil, e, de fato, esta harmonia entre a fé e a ciência está na base de milhares de iniciativas da Igreja Católica em favor de doentes de todo o planeta.

Uma das mais renomadas dessas iniciativas é o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, do Vaticano. Trata-se de uma das instituições pediátricas mais reconhecidas da Europa.

Ao noticiar a mensagem do Papa Francisco, o Vatican News publicou também uma declaração da médica italiana Francesca Del Bufalo, onco-hematologista pediátrica do Hospital Bambino Gesù IRCCS, que o Vaticano mantém em Roma. Ela destaca que os tratamentos convencionais (quimioterapia, radioterapia e cirurgia) têm conseguido resultados cada vez mais animadores, e que, além deles, vêm surgindo também novas terapias muito promissoras.

Terapias convencionais

A doutora Francesca declarou, falando da quimioterapia, radioterapia e cirurgia:

“Estas são as três formas de terapia convencional, que continuam sendo as principais do tratamento. É muito importante lembrar sempre disso. Se hoje 70% das crianças são curadas, é graças ao uso desses tratamentos e graças à otimização e à capacidade de entender de que forma, tempo e combinações o uso dessas abordagens é mais eficaz para um tumor do que para outro. Vivemos numa época de muitos avanços em tratamentos por causa de uma compreensão maior dessas doenças, que oferece cenários de potenciais melhorias adicionais nesses índices de cura”.

Novos tratamentos promissores

Ela complementou:

“Uma das revoluções no tratamento em oncologia nos últimos anos é a imunoterapia. É um conjunto de tratamentos que podem ser muito diferentes uns dos outros, mas que estão unidos pela capacidade de ativar o sistema imunológico contra as células cancerosas, o sistema imunológico do próprio paciente, e, com essas formas de imunoterapia, houve uma mudança verdadeiramente revolucionária no tratamento de crianças com leucemia aguda que não respondiam mais aos tratamentos convencionais.

Tudo isso é uma grande revolução, mas não é só isso. Também graças ao profundo conhecimento dos mecanismos moleculares, ou seja, dos mecanismos genéticos que estão na base de alguns desses tumores, temos feito muito. A pesquisa certamente está nos ajudando muito e os resultados estão melhorando, mas há muito espaço para mais melhorias no futuro”.

Objetivo: curar 100% das crianças

A doutora Francesca acrescenta:

“O câncer infantil, infelizmente, é uma realidade que nos rodeia, que nós vivemos. Felizmente, porém, é uma realidade rara, porque menos de 2% de todos os diagnósticos de câncer envolvem crianças e pessoas menores de 15 anos. Mas é uma realidade que existe e para a qual temos desenvolvido muitas estratégias ao longo dos anos que nos permitiram conseguir excelentes resultados. Portanto, é uma realidade da qual, felizmente, é possível se curar. Temos que continuar trabalhando para que esses resultados alcancem o nosso objetivo, que é curar 100% das crianças. Um objetivo que espero que um dia consigamos alcançar”.


BAMBINO GESU HOSPITAL
Leia também:
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