Conheça a história do sacerdote português que passou grande parte da vida no Brasil e teve suas virtudes heroicas reconhecidas pela Santa Sé O Vaticano reconheceu no último sábado, 20 de fevereiro de 2020, as virtudes heroicas de sete servos de Deus, entre eles o Padre Albino Alves da Cunha e Silva. Padre Albino nasceu em Portugal e viveu grande parte de sua vida no Brasil, principalmente em Catanduva, no interior de São Paulo.
Ele morreu em 1973, mas o processo de beatificação teve início 40 anos mais tarde. Agora, faltam duas etapas para que ele seja alçado à condição de santo: a beatificação e a canonização. No entanto, ainda não se sabe quando isso vai acontecer.
O decreto das virtudes heróicas
O decreto que reconhece as virtudes heroicas de Padre Albino passou por uma longa análise antes de ser assinado pelo Papa Francisco. Na prática, o documento atesta que o sacerdote viveu em grau heroico as virtudes teologais – fé, esperança e caridade -, as virtudes cardeais – prudência, justiça, fortaleza e temperança – e as virtudes anexas ao seu estado de clérigo – pobreza, obediência, castidade e humildade.
Com o decreto, o servo de Deus recebe o título de venerável.
Quem é o Padre Albino
O Monsenhor Albino Alves da Cunha e Silva nasceu em 21/09/1882, em Portugal e era filho de uma família rica. Ele ordenou-se sacerdote em 1905, assumindo uma paróquia em Braga.
Quando estourou a Revolução em Portugal e passaram a valer medidas anti-clericais, Padre Albino, por resistir aos ideais do Governo Provisório, foi preso e condenado ao degredo na África. Entretanto, fugiu, abandonou a batina, deixou o bigode crescer e passou a usar disfarces. Mas nunca abandonou o Evangelho.
Mais tarde, no entanto, conseguiu, embarcar para o Brasil em um navio. Como padre, trabalhou e residiu nas cidades paulistas de Jaboticabal, Jaú, Barra Bonita e, finalmente, Catanduva, onde permaneceu até a sua morte.
Na cidade, Padre Albino fundou a Igreja Matriz, um hospital, faculdades e várias obras assistenciais. De fato, os moradores veneravam o sacerdote, cuja vida foi em prol dos menos favorecidos. Quando de sua morte, em 19 de setembro de 1973, aos 91 anos de idade, a população de Catanduva lotou as ruas da cidade para acompanhar o funeral.