Samuel Paty foi brutalmente assassinado após ser acusado de ódio ao islã; a sua morte se deveu à mentira de uma aluna de 13 anosMenina que motivou decapitação de professor admite que mentiu: Samuel Paty, professor de História na escola de Conflans-Sainte-Honorine, na periferia de Paris, foi brutalmente assassinado em 16 de outubro de 2020, após ser acusado de ódio ao islã. A sua morte se deveu à mentira de uma aluna muçulmana de 13 anos.
Segundo o jornal Le Parisien, a menina deu um novo depoimento em 25 de novembro perante o juiz antiterrorismo e voltou atrás em relação ao que tinha afirmado em seu primeiro depoimento, realizado em 8 de outubro. Ela admitiu que não estava na escola durante uma aula de Samuel Paty sobre liberdade de expressão na qual o professor mostrou caricaturas do profeta Maomé publicadas pelo jornal satírico Charlie Hebdo.
No entanto, em outubro, ela havia contado ao pai e também à polícia que o professor tinha obrigado os alunos muçulmanos a sair da sala durante a apresentação. Como se esta mentira não bastasse, ela ainda acrescentou que se recusou a sair, discutiu com Paty e terminou expulsa. Seu pai, indignado, gravou um vídeo relatando o caso. Essa gravação viralizou nas redes sociais e despertou a fúria de islamitas radicais. O telefone e o endereço de Paty foram vazados e ele começou a sofrer uma série de ameaças. Chegou a ser denunciado à polícia por “difusão de imagens pornográficas”, acusação sem provas pela qual teve de prestar depoimento. O professor também declarou que a aluna adolescente não estava na escola quando ele mostrou as caricaturas.
Colegas da jovem confirmaram esta informação. Os estudantes também declararam que o professor não forçou nenhum aluno muçulmano a deixar a sala: pelo contrário, Samuel Paty alertou que as caricaturas poderiam ser chocantes para eles e disse que eles não seriam obrigados a ver as imagens, embora elas fossem o tema daquela aula sobre liberdade de expressão.
Menina que motivou decapitação de professor admite que mentiu
De acordo com as informações reproduzidas por Le Parisien, a garota foi informada sobre o depoimento dos colegas e, em novo interrogatório no dia 23 de novembro, os acusou de estarem mentindo. No dia 25, porém, quando os investigadores a sondaram sobre os motivos da denúncia de islamofobia, ela se retratou e confessou que estava ausente naquele dia porque cumpria uma suspensão.
As investigações policiais apontaram que a aluna tem uma trajetória escolar de ausências e suspensões por mau comportamento, ao passo que sua irmã gêmea é vista como exemplar.
Le Parisien comenta:
“Uma confissão que denota um contexto familiar difícil”.
Esse “contexto familiar difícil”, associado ao fanatismo, redundou no assassinato de um professor inocente.
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