País mais populoso da África vive longa onda de perseguição religiosa e de violência contra civisMais um padre sequestrado na Nigéria: o pe. Harrison Egwuenu, diretor do colégio Saint George de Obinomba, foi raptado em 15 de março em Abraka, sul do país, num episódio que, lamentavelmente, é “apenas mais um” nas trágicas estatísticas de violência contra cristãos na mais populosa nação do continente africano.
Fontes locais divulgaram que os sequestradores literalmente arrancaram o pe. Egwuenu do carro em que ele estava, enquanto disparavam tiros de fuzil para o ar – pelo menos 15 cartuchos de Kalashnikov foram recolhidos do local do sequestro, junto ao veículo usado pelo sacerdote, que ficou abandonado à beira de uma estrada.
Mais um padre sequestrado na Nigéria
Sequestros de sacerdotes, seminaristas e freiras se tornaram comuns na Nigéria, assim como já eram comuns os sequestros massivos de estudantes em algumas regiões do país. Um dos episódios mais impactantes mundialmente foi o rapto das 276 estudantes de Chibok, mas houve casos ainda mais “volumosos”, como o sequestro de mais de 500 mulheres e crianças em Damasak, no final de 2014.
A escalada de raptos de religiosos foi tamanha que a Conferência Episcopal da Nigéria chegou a divulgar que não pagaria mais resgates, visando desestimular esse tipo de crime.
Dom Ignatius Ayau Kaigama, arcebispo da capital Abuja, assim descreve a perseguição religiosa atual na Nigéria:
“É uma doença que está se espalhando sem que seja feito nenhum esforço significativo para combatê-la. Há urgente necessidade de que o governo nigeriano enfrente a situação, treinando os agentes de segurança para agirem com mais eficácia”.
“Estão matando cristãos como frangos”
A necessidade é de muito mais eficácia do governo e das forças de segurança, mas a realidade é outra, conforme resumida por outro arcebispo da Nigéria, dom Matthew Man-oso Ndagoso, da arquidiocese de Kaduna:
“Estão matando cristãos como frangos”.
A declaração foi dada em 26 de abril de 2019 ao portal católico LifeSiteNews, e já na época fazia referência à onda de sequestros de cristãos e aos ataques anticristãos perpetrados pelo bando jihadista Boko Haram e pelos pastores nômades extremistas da etnia Fulani, seguidores de uma seita islâmica.
O sequestro do pe. Harrison Egwuenu foi confirmado pelo administrador da catedral do Sagrado Coração da diocese de Warri, pe. Benedict Okutegbe, que pediu orações pela libertação do sacerdote.
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