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O menino perdido no deserto nos convida a refletir

MIGRANT
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Jesús V. Picón - publicado em 12/04/21
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Um garoto nicaraguense foi encontrado no deserto entre o México e os EUA. Abandonado pelos pais e entre lágrimas, ele pediu ajuda aos céus. Do nada, apareceu um “anjo da guarda"

A história do menino perdido no deserto se tornou viral na internet. O fato aconteceu em um lugar chamado “La Grulla Texas”, na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

O vídeo emocionante em que o menino, entre soluços, pede ajuda a um agente da migração americana comoveu o mundo inteiro. 

De fato, o vídeo perfura a alma. Ele pede ajuda aos policiais depois de passar a noite sozinho no deserto.

Não julguemos os pais da criança. Não é este o foco. O impactante nesta história é como o menino conseguiu sobreviver ao frio, ao calor e à inospitalidade do lugar. Tudo isso deveria nos fazer refletir. 

Seríamos capazes de sobreviver a um deserto infestado de cobras e cheio de narcotraficantes que vendem pessoas? Até onde teríamos chegado? 

De fato, o drama da migração na América Central é um tema importante. Pessoas migram em busca do sonho americano, mas acabam vivendo um pesadelo. Todos os dias, centenas de crianças são abandonadas à sorte na fronteira do México com os EUA. 

E o vídeo é um chamado para a sociedade. É um alerta para não só cruzarmos os braços e responsabilizarmos os governos dos países que têm população vivendo na miséria. 

O modo de ajudar e aplicar ações concretas a esta questão da migração precisa ser baseado na criatividade. E o Espírito Santo pode ajudar. Mas é preciso agir. A tarefa é gigantesca, entretanto algo precisa ser feito. 

Religiosos, sacerdotes e voluntários católicos estão trabalhando arduamente nos campos que abrigam milhares de migrantes. Mas isso não é suficiente. 

No deserto, migrantes abandonam bebês e crianças. E os traumas psicológicos desta separação dos pais ficarão para sempre na memória dessas crianças. 

O melhor lugar para as crianças sempre será ao lados dos pais. Apesar das carências, nada justifica o abandono, o risco de perder um vida humana. São seres indefesos! 

O deserto entre o México e os Estados Unidos é um lugar onde morrem milhares de seres humanos todos os dias. São pessoas executadas pelos narcotraficantes. Algumas, inclusive, são enterradas vivas. 

Do lado dos Estados Unidos, pessoas morrem por desidratação, picadas de cobra, fome, frio. Tudo porque se perdem em um deserto sem fim. 

O menino perdido no deserto, que pediu ajuda entre lágrimas, é o grito desesperado de uma humanidade que não suporta mais a miséria e a indiferença dos governos. 

O menino perdido no deserto, chorando e sem rumo, é também o grito de Deus, que nos pede para agir, para que deixemos de só culpar os governos. Temos que sair para prestar socorro e aplicar as obras de misericórdia.

Através da imagem deste menino abandonado, Deus nos chama. Deus está gritando aos ouvidos da alma, dizendo que é o momento para estendermos as mãos ao migrantes. 

Certamente Deus não nos abandona. Mas temos que sair ao resgate desses meninos abandonados, é o momento de dar pão e trabalho aos seus pais, que, desesperados, acabam abandonando seus filhos.

Muitas são as críticas aos agentes de migração dos Estados Unidos. Entretanto, muitos desses agentes estão se transformando em verdadeiro anjos da guarda. São, na verdade, instrumentos de Deus para resgatar milhares de migrantes das mãos dos coiotes e traficantes. 

De fato, muitos agentes também estão arriscando suas próprias vidas para salvar pessoas que cruzam os rios que dividem os EUA e o México. 

Que Deus abençoe esses agentes! E que possamos sair em busca de Deus, que, agora, nos apresenta este menino perdido no deserto -  um sobrevivente do terror do deserto e da indiferença.

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