Talvez você segure os sonhos que gostaria que tivessem sido realizados ou algo que gostaria muito de ter falado. Você também pode estar segurando planos que não aconteceram. Talvez você ainda segure mágoas que ainda não se resolveram ou decepções que não foram elaboradas.
Quiçá você segure aquele casamento que não aconteceu ou não rolou como você gostaria. Talvez você segure os filhos que vocês não tiveram e que você tanto idealizava. Talvez você segure as viagens que não aconteceram ou os momentos especiais que vocês viveram.
Você pode ainda estar segurando a esperança que você teve um dia. E talvez, você segure tudo o que sonhava que pudesse acontecer com essa pessoa e que, por isso, está muito difícil de simplesmente, deixar ir.
Talvez nem seja a respeito dessa pessoa em questão, inclusive, como soltar o que já foi, e seguir em frente? Afinal de contas, a pessoa já foi. Difícil é soltar esse monte de coisas que você queria ter tido, que você construiu dentro de você e não teve.
Mas deixa eu te contar uma coisa: tudo aquilo que você sonha e deseja você pode ter. E não necessariamente tem que ser com essa pessoa que se foi.
Contudo, geralmente ao final das relações as pessoas confundem erroneamente que tudo isso sem o outro não irá funcionar. Você precisa entender dentro de você que o outro se foi.
Talvez, o outro esteja indisponível e busque por coisas diferentes das quais você busca, ou simplesmente o outro tenha optado por seguir outro caminho. A questão é: o que você quer realizar em sua vida não tem absolutamente nada a ver com o que você sente pelo outro.
De certa forma, você só encaixou o outro em tudo isso. Tudo o que é sonho de vida é seu. Por mais que você goste muito de alguém o seu amor merece estacionar em espaços hábeis. O seu amor merece conforto, merece fertilizar em terras férteis e fortes.
O amor que você dá deve ser compatível com o amor que você pode receber. E querer alguém que não pode ou que não quer receber o seu amor neste momento não tem a ver com você e com o que você sonhou para você.
Eis a grande sacada: nunca foi sobre o outro. Sempre foi sobre os seus sonhos. Sempre foi sobre você.
