Nos aborrecimentos da vida cotidiana, assim como nas provações, o dom da fortaleza vem em auxílio de nossa fraqueza.
De fato, a fortaleza é um dom a ser pedido na vida cotidiana. “Quando enfrentamos a vida cotidiana, quando surgem dificuldades, lembremo-nos: 'tudo posso naquele que me fortalece'”, disse o Papa Francisco durante uma catequese em 2014.
E, realmente, esse dom nos ajuda a dizer sim para algo que nos perturba ou impede nossa paz de espírito.
A vida diária oferece muitas oportunidades para cultivarmos o dom da fortaleza. Por exemplo: é difícil para uma mãe sair de sua cama aconchegante para consolar seu filho pela quarta vez na noite. Também é doloroso deixar para trás a família para ir para um dia difícil de trabalho...
No entanto, a Eucaristia, o sacramento da confissão, a oração e o exercício da caridade moldam o coração de cada um para o exercício dos deveres como cristãos. “O Espírito Santo também difunde sua força de dentro”, indica o padre Pascal Fagniez, vigário de Toulouse, na França. Cada cristão, de fato, recebeu o dom da fortaleza no dia de seu batismo. Cabe a todos invocá-lo quando perceberem sua fraqueza.
O dom da fortaleza também é essencial quando temos que dizer não. Graças a ele, Claire de Castelbajac resistiu ao clima deletério de sua escola de arte em Roma. Chegada aos 18 anos na Cidade Eterna, “deixa-se embriagar por uma dita liberdade e pelo universo mundano e brilhante em que se desenvolve”, afirma a irmã Emmanuelle, postuladora da sua causa de beatificação.
Alegre e bonita, ela não passa despercebida. "Todos os meninos estão correndo atrás de mim! Caramba! Não estou de minissaia ... e ainda salpico frieza e maldade... Mas agora tenho medo de mim. Eu dificilmente sou encorajada por pessoas boas; então, às vezes, vendo os que estão ao meu redor, digo a mim mesma que não deveria ser desagradável ser como eles (eles mais ou menos todos moram com um 'companheiro') ... Então eu rezo, eu rezo, para ter coragem, pedindo o heroísmo para resistir", escreveu Claire em carta aos seus pais.
Encontrar a palavra certa, ter uma atitude adequada também são uma forma de fazer com que o dom da fortaleza se espalhe por nós. Philippe e Charlotte, pais de quatro filhos, dois dos quais com esquizofrenia, frequentemente invocavam a ajuda do Espírito Santo quando os filhos ainda estavam em casa. Em um livro, eles testemunham a ajuda do Espírito Santo para manter a paciência e a caridade em cada situação dolorosa que estavam vivenciando.
Ainda hoje, quando os filhos ligam pela décima vez no mesmo dia ou pedem com insistência um documento que não pode chegar no momento, Philippe e Charlotte, graças ao dom da fortaleza, encontram a palavra que anima coração.
Por fim, esse dom é essencial para ousarmos dizer algo a alguém ou ter uma grande ideia. Muitas vezes fugimos e pensamos que algo não é tão importante. Mas o dom da fortaleza nos poupa da paralisia do "só isso é bom" ou "sempre fizemos assim".
Quando temos que admitir para nosso cônjuge que perdemos nossa aliança, por exemplo, ou quando um amigo nos pede para dar um passeio quando temos outros planos, não precisamos do dom da fortaleza?
Pense nisso e sempre peça ao Espírito Santo este dom!