A pandemia de Covid-19 tem sido um período de muito estresse também para os padres. De fato, de acordo com um psicólogo canadense, nos últimos 15 meses, muitos sacerdotes católicos relataram sentimentos de perda de identidade.
Ter que pregar para bancos vazios, restringir a entrada das pessoas na igreja, ser proibido de visitar os doentes, cancelar eventos e não ouvir uma congregação cantar têm sido coisas “particularmente difíceis” para os padres, disse Pe. Stephan Kappler, presidente e psicólogo-chefe da Southdown, uma organização sediada em Ontário que apóia a saúde mental de pessoas religiosas e do clero.
“Muitos me disseram: 'nunca pensamos que nos tornaríamos os policiais da paróquia'”, afirmou o Pe. Kappler ao BC Catholic , jornal da Arquidiocese de Vancouver. “Em vez de cuidar pastoralmente de seu povo, tudo o que eles estão fazendo é dizer: 'Não, desculpe, você tem que se registrar.'”
Mas não termina aí. O jornal noticiou que muitos padres, durante a pandemia, sentiram a tensão de serem criticados por serem muito rígidos ou nem tão severos o suficiente. Além disso, a adaptação ao uso de novas tecnologias para manter as transmissões ao vivo e as comunicações em andamento desde março de 2020 tem desgastado muitos pastores.
Mas, para o sacerdote, há maneiras de os padres se ajudarem, a fim de superarem o estresse.
“O que tenho visto funcionar é que as pessoas são realmente intencionais quanto ao apoio social”, disse Kappler ao jornal. “Em outras palavras, você tem que fazer um esforço e planejar para chegar e se conectar.”
O isolamento e a solidão por longos períodos “geralmente não alimentam estratégias positivas ou adaptativas”, explicou. “Eles geralmente se alimentam de coisas que não são legais, como o consumo excessivo de álcool ou outras coisas entorpecentes”.
O sacerdote encorajou os pastores a reservar um tempo para conversas de qualidade com as pessoas em quem confiam, viver cada dia de cada vez, permanecer firmes em Jesus e buscar ajuda, se precisarem.
“Há uma alta porcentagem de nós, clérigos, que somos perfeccionistas”, continuou ele. “O perfeccionismo é, por um lado, uma coisa boa porque torna você eficiente, responsável e você deseja fazer coisas que são de alto padrão. Mas isso também tem um custo muito alto, e esse custo é que não há espaço para fraqueza.”
Embora as pessoas em geral tenham dificuldade em pedir ajuda, o problema é pior para o clero, disse ele ao BC Catholic. “Eu experimentei isso com padres, é exponencialmente mais desafiador dizer 'Eu preciso de ajuda'. Às vezes, os padres são colocados em um pedestal e ainda há o estigma associado à saúde mental. ”
Os leigos podem, é claro, ajudar os padres com as orações neste momento de pandemia. Mas Kappler também sugeriu escrever um cartão ou uma carta com uma mensagem simples de encorajamento e uma possível oferta de apoio.