Muitas escolas estão retomando as aulas presenciais, após meses de ensino online. É comum estar preocupados e pensar no bem e na saúde de alunos, professores e das famílias.
Bernadette Lemoine, psicóloga e psicoterapeuta, oferece aos leitores da Aleteia algumas ideias para ajudar os pais a preparar seus filhos para retornar à escola nessas circunstâncias incomuns. Mesmo se as escolas em sua área não estiverem reiniciando aulas presenciais, essas recomendações simples serão úteis também para outras atividades das crianças.
“A atitude dos pais tem um papel importante”, diz a psicóloga. As crianças muitas vezes refletem naturalmente a preocupação dos pais, então o ideal é que os próprios pais se sintam seguros.
Dada a situação e as informações conflitantes, pode ser difícil não se preocupar, mas há algumas coisas que os pais podem dizer com sinceridade, como: "este vírus não vai machucar você, porque raramente é perigoso para crianças. Mas você pode passá-lo para um adulto. É por isso que você precisa ter cuidado.” A chave é explicar com calma e clareza.
Não há necessidade de dar todas as estatísticas e recomendações detalhadas ao seu filho, nem repetir todas as instruções 50 vezes por dia. Bernadette Lemoine recomenda simplificar as regras o máximo possível: “As crianças não são capazes de lembrar uma longa lista de informações”, explica ela. É melhor limitar-se a ensinar-lhes duas ou três medidas preventivas centrais, de acordo com as orientações da escola.
Precauções de saúde podem ser atitudes novas para nossos filhos, e novos hábitos não são formados em um dia. Se os adultos acham difícil não abraçar seus entes queridos que não veem há tempos, quão mais difícil é isso para uma criança, para quem é natural manter contato físico?
Lemoine convida os pais a orientar seus filhos em casa nos dias que antecedem a reabertura de escolas ou outras atividades. Ela incentiva os pais a organizarem brincadeiras para ensinar os filhos a evitar o contato físico, mesmo que eles realmente queiram. Por exemplo, os pais podem perguntar: “O que você fará quando encontrar seu melhor amigo(a)? O que você deve fazer quando espirrar?" Você pode até organizar um pequeno concurso com prêmios para lembrar os hábitos de saúde que você está tentando incutir. O objetivo é fazer com que eles integrem esses comportamentos em suas vidas para que se tornem automáticos.
Ensinar hábitos de saúde preventivos a seus filhos também é uma questão de respeito. “É uma oportunidade de pedir a seus filhos que prestem atenção nos outros”, diz Lemoine. Por exemplo, você pode dizer: “Todos devem ter cuidado. Não é fácil, mas é importante. Você não tem razão para ter medo do vírus, mas os adultos têm. Portanto, para não preocupá-los, você precisa estar mais atento aos outros.”