A relação da Igreja Católica com o dinheiro tem sido uma questão difícil ao longo do tempo. Muito do que parece ser "riqueza" da Igreja nada mais é do que patrimônio cultural, e ainda aberto e acessível ao público.
Mas, pensando mais especificamente, por que afinal a Igreja pede dinheiro?
A necessidade de dinheiro para financiar despesas básicas fazia parte do ministério de Jesus com seus 12 apóstolos.
De acordo com a Enciclopédia Católica, “dize-se que Cristo e Seus Apóstolos tinham uma bolsa comum para custear suas despesas. Que essa informação chegue até nós apenas acidentalmente, através de uma menção secundária, mostra que o Evangelista presume que o leitor tome como certo que havia uma bolsa comum para as despesas de Cristo e Seus discípulos.”
Isso se refere à seguinte passagem do Evangelho de João.
Esta única passagem destaca os dois propósitos primários do dinheiro que a Igreja possui:
1. Para as necessidades humanas básicas do clero (“Compra aquilo de que temos necessidade”)
2. Para apoio dos pobres (“Dá alguma coisa aos pobres”)
Após a ascensão de Jesus, os apóstolos continuaram a agir da mesma forma. Muitos cristãos primitivos até vendiam suas casas para que pudessem dar o dinheiro aos apóstolos.
Ao mesmo tempo, São Paulo lembrou aos primeiros cristãos que o clero precisava de sustento humano básico.
No entanto, São Paulo também reitera em seus escritos que devemos ser generosos com nosso dinheiro, apoiando a viúva e o órfão.
A questão da Igreja lidar com dinheiro só se tornou mais complexa à medida que a Igreja foi aceita no Império Romano. Isso levou a muitas tentações para os funcionários da Igreja, e os santos ao longo dos séculos ergueram-se sempre que houve abusos.
Esta é uma das razões pelas quais São Francisco de Assis significou uma verdadeira revolução nas ordens religiosas e deu um exemplo poderoso de simplicidade e humildade que permanece até hoje.
Então, a Igreja, seja nos tempos dos apóstolos como nos dias de hoje, precisa pedir dinheiro para arcar com suas necessidades básicas e desenvolver seu trabalho pastoral e de caridade com os pobres.