Padre dá refeições diárias a 550 pobres e é premiado como herói no Equador: trata-se do diretor do Refeitório para o Irmão Necessitado Senhor da Boa Esperança, pe. Wilson Danilo Malave Parrales. Ele recebeu a Honra ao Mérito de Heróis Urbanos, concedida pela prefeitura da maior cidade do país, Guayaquil.
O refeitório foi criado há 9 anos como um projeto para fornecer refeições a 80 moradores de rua por dia, mas hoje atende diariamente cerca de 550 pessoas, de segunda a sexta-feira.
Além da comida, a iniciativa de ação social e caridade cristã também oferece roupas e instalações para banho e de higiene pessoal de centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade, entre as quais idosos e mães solteiras, migrantes e vendedores ambulantes, mendigos e portadores de deficiências.
O pe. Wilson também é pároco na igreja de Santo Agostinho. Ele declarou sobre o reconhecimento da prefeitura de Guayaquil:
"O prêmio é uma homenagem ao esforço de todos os irmãos que apoiam a obra do voluntariado Senhor da Boa Esperança, que uniu todos os grupos de oração e benfeitores nesses tempos tão difíceis que estamos atravessando, nos quais há muita migração, famílias disfuncionais, aumento do consumo de drogas e de bebidas alcoólicas. As pessoas recebem Cristo num prato cheio de amor. Não é a comida, mas o amor de quem doa, sem importar se o que ela tem para dar ao próximo é muito ou é pouco".
A Igreja Católica mantém inúmeras iniciativas semelhantes em dezenas de países do mundo inteiro.
No Brasil, um dos mais notórios exemplos é o refeitório criado e mantido pelos franciscanos na cidade de São Paulo, que serve marmitas a cerca de 5.000 pessoas por dia no centro da metrópole. O número é tão impactante que a obra dos frades virou notícia nacional quando serviu a refeição número 1 milhão durante a pandemia, em outubro de 2020.
No Líbano, brutalmente atingido por uma das mais avassaladoras crises sociais, econômicas e políticas da atualidade, um refeitório da Igreja em Beirute é a única fonte de alimentação para mais de 1.000 pessoas todos os dias: são atendidas não apenas famílias cristãs, mas também muitos muçulmanos refugiados da Síria que tiveram de escapar da guerra em sua terra natal.
No próprio Vaticano funciona um complexo de diversas estruturas destinadas a prestar auxílios às pessoas pobres e sem teto de Roma, o que inclui um refeitório sustentado com doações, um abrigo estruturado com dormitórios, duchas quentes, barbearia e lavanderia, além da oferta de orientação e capacitação profissional.
A quantidade de instituições beneficentes da Igreja Católica espalhadas pelo planeta nunca foi levantada em números exatos, já que muitas existem há séculos e outras tantas surgem continuamente e de modo descentralizado por iniciativa de paróquias, movimentos, grupos de jovens e famílias, congregações religiosas, fundações, associações de fiéis e parcerias entre a Igreja e milhares de outras entidades.
Um potencial inventário completo dessas obras criadas, mantidas e promovidas pela Igreja Católica revelaria uma rede de caridade cristã e ação social de extensão e profundidade absolutamente únicas e incomparáveis ao longo de toda a história da humanidade. Só na área da saúde são centenas de hospitais beneficentes, maternidades e casas de acolhimento e atendimento a gestantes e bebês sem recursos, clínicas e casas de recuperação para dependentes químicos, dispensários médicos, missões médicas regulares, mutirões e campanhas permanentes de exames, vacinação e encaminhamentos clínicos… Até um barco-hospital singra as águas da Amazônia brasileira, criado e mantido pela Igreja e batizado em homenagem ao Papa Francisco, para atender mais de 700 mil ribeirinhos.
