Em entrevista ao jornal Le Figaro, o filósofo católico Rémi Brague refletiu sobre a morte do sacerdote Olivier Maire. O padre francês foi assassinado por um imigrante ruandês. O que ele tinha a dizer aborda o que significa ser cristão.
"O assassinato do padre parecia evitável". Essa foi a suposição feita pelo entrevistador - e, talvez, sustentada pela maioria das pessoas. O suspeito era um conhecido incendiário que confessou ter ateado fogo na Catedral de Nantes em julho de 2020. Apesar disso, Pe. Maire o hospedou em sua comunidade.
Quando questionado sobre como se sentiu sobre o assassinato do padre, o filósofo Brague lamentou o “colapso das instituições”, que permitiu que tal pessoa permanecesse na França após cometer um incêndio criminoso. Ele também questionou por que o suspeito não poderia ter sido colocado em uma instituição para oferecer-lhe os cuidados - e vigilância - de que precisava.
Quando perguntado se o padre francês assassinado estava "cego por sua bondade" e perdeu os sinais de alerta que deveriam tê-lo convencido a não abrigar o homem, Brague disse:
Depois, o filósofo acrescentou:
O Pe. Maire perdeu a vida vivendo sua fé, mas Brague adverte: isso não significa que seja certo uma pessoa encorajar os outros a arriscarem suas vidas. Para ele, proteger seus cidadãos da violência é uma das missões essenciais do estado.
“Se falhar em proteger seus cidadãos, sua legitimidade se esvai”, concluiu Brague.