O novo capelão-chefe da Universidade de Harvard é ateu: Greg Epstein, de 44 anos, assumiu nesta semana o cargo de presidente da organização de capelães da prestigiosa instituição de ensino fundada nos Estados Unidos há quase 400 anos por colonos protestantes ingleses.
A universidade, que figura recorrentemente na lista das 5 melhores do planeta, tem um grupo de mais de 40 capelães que representam cerca de 20 religiões e crenças. Entre elas estão as grandes religiões da humanidade, mas também está representada a falta de religião.
Greg Epstein, que classifica a si próprio como um "capelão humanista", é autor do livro "Good Without God: What a Billion Nonreligious People Do Believe" (em tradução livre ao português, "Bom sem Deus: em que acredita um bilhão de pessoas não religiosas").
A sua nomeação como capelão-chefe se dá num contexto em que cada vez mais jovens norte-americanos dizem considerar-se "espirituais, mas não religiosos". De fato, uma pesquisa do Pew Research Center feita em 2019 apontou que 26% dos entrevistados no país se declararam sem religião, agnósticos ou ateus - um notável aumento de 9 pontos percentuais em relação aos 17% que haviam declarado o mesmo em 2009.
A mesma pesquisa, porém, confirmou que os Estados Unidos continuam sendo um país majoritariamente cristão, com 43% dos entrevistados se declarando protestantes e 20% católicos.
Epstein comenta este panorama em declarações ao jornal The New York Times:
"Há um grupo crescente de pessoas que não se identificam mais com nenhuma tradição religiosa, mas ainda sentem uma necessidade real de conversar e apoiar-se no sentido de serem bons seres humanos e viverem uma vida ética. Não esperamos respostas de um deus. Somos as respostas uns dos outros".
Nascido de pais judeus em Nova Iorque, Greg Epstein é também o capelão humanista do Massachusetts Institute of Technology (MIT), outra das grandes universidades mundiais.
Quanto ao novo posto de capelão-chefe da Universidade de Harvard, que é a instituição de ensino superior mais antiga dos Estados Unidos, o representante ateu escreveu no Twitter que se sente "grato e honrado".