Cientistas da universidade britânica de Kent e especialistas do instituto ucraniano de Pesquisas para Tratamento Ambiental, em parceria com técnicos da empresa Vita-Market, afirmaram ter desvendado a "matemática do ovo", já descrito ao longo da História como "a forma geométrica mais perfeita da natureza".
Os estudos foram publicados na revista científica Annals of the New York Academy of Sciences, editada pela Academia de Ciências de Nova Iorque.
As análises do formato do ovo se baseavam até hoje em quatro figuras geométricas: a esférica, a elipsoide, a ovoide e a piriforme. Esta última, que quer dizer "em forma de pêra", foi a base utilizada pelos pesquisadores de Kent, que, aplicando a ela uma nova função, desenvolveram um modelo matemático adequado a uma forma geométrica nova, descrita como a última fase da evolução esférico-elipsoidal. Essa forma seria aplicável à geometria de todos os ovos.
A nova fórmula para descrever a geometria dos ovos se baseia em quatro parâmetros: comprimento, largura máxima, deslocamento do eixo vertical e diâmetro na altura de um quarto do comprimento do ovo.
Trata-se de um significativo avanço não apenas no entendimento da forma do ovo em si, mas também da sua evolução: por isso mesmo, espera-se que a descoberta abra espaço a uma vasta gama de aplicações tecnológicas em áreas como biologia, agricultura e produção de alimentos, mas também arquitetura, engenharia mecânica e aeronáutica.
Essas áreas do conhecimento já empregavam descrições matemáticas das formas básicas do ovo e podem ser particularmente beneficiadas pelas aplicações da nova fórmula.
Mas que tipo de utilidades práticas ela tem?
A descrição matemática do formato do ovo pode aprimorar, por exemplo, os processos de incubação e seleção de aves, assim como facilitar a elaboração e execução de projetos arquitetônicos e de engenharia. De fato, as formas ovoides já são relativamente comuns na arquitetura, e a nova fórmula pode ajudar nos cálculos das proporções a fim de permitir que as estruturas nesse formato suportem o máximo de carga com o mínimo consumo de material.
Indo além das aplicações mais utilitaristas, Michael Romanov, da Universidade de Kent, declara, também, que esta equação matemática poderá permitir "um entendimento maior do nosso universo, claramente compreendido na forma de um ovo".
Quanto mais se desvendam os códigos da natureza, afinal, mais claro parece ficar que existe por trás dela uma lógica e não o mero acaso.
