San Marino, considerado o Estado nacional mais antigo do mundo, aprovou mediante referendo popular no último domingo, 26, a legalização do aborto até 12 semanas de gestação sem qualquer necessidade de justificativa.
O micropaís de 61 km² e 33 mil habitantes, encravado na Itália, é independente e soberano desde que foi fundado no ano de 301 pelo diácono Marinho ou Marinus - daí o nome San Marino.
O aborto era proibido por lei na pequena república desde 1865. Agora, porém, 77% dos eleitores aprovaram a moção que permitirá a sua execução até o final do primeiro trimestre de gravidez. Após esse período, ainda será possível abortar em caso de "anomalias e malformações do feto que acarretem grave risco à saúde física ou psicológica da mulher".
Dom Andrea Turazzi, bispo de San Marino-Montefeltro, declarou via comunicado, no mesmo dia 26 de setembro, que as gestantes devem ser amparadas com todas as alternativas necessárias para se evitar o aborto:
"Devemos garantir que nunca mais uma vida deixe de florescer por insegurança, desconfiança, solidão, falta de amparo e proteção ou por razões econômicas. Com o progresso da ciência, com os meios à nossa disposição, com o crescimento da consciência social, podemos fazer muito para acolher a vida do nascituro. Acreditamos que a taxa de crescimento de uma sociedade não se mede tanto pela economia quanto pelo respeito aos direitos de todos, começando pelos frágeis, indefesos e não nascidos".
O bispo acrescentou que a diocese de San Marino deve "dar testemunho do Evangelho da vida, de uma cultura e uma política favoráveis à família, de um impulso da consciência e da responsabilidade".
