Foi finalmente libertada a freira colombiana que passou quase 5 anos sequestrada por terroristas islâmicos no Mali: a irmã Gloria Cecilia Narvaez Argori, de 58 anos, religiosa das Franciscanas de Maria Imaculada, havia sido raptada no dia 7 de fevereiro de 2017 e só reconquistou a liberdade neste último sábado, 9 de outubro, após muitas tentativas frustradas de resgate promovidas pela Igreja.
Em maio deste ano, de fato, a irmã Gloria havia comprovado estar viva mediante uma carta manuscrita na qual pedia orações e contava ter sido transferida para outro grupo de captores. Antes dessa carta, as últimas notícias comprovadas sobre a sua situação eram de quase dois anos antes, quando, em 2019, havia aparecido num vídeo em que pedia ajuda ao Papa Francisco.
Em setembro passado, a mãe da irmã Gloria faleceu na Colômbia aos 87 anos de idade, em pleno sofrimento pela ausência de notícias da filha sequestrada na África.
Por ocasião da libertação da religiosa, o governo do Mali, que é um país de vasta maioria islâmica, emitiu comunicado no qual afirma saudar "a coragem e a bravura da irmã". O governo acrescenta que a libertação "é a coroação de 4 anos e 8 meses de esforços conjuntos de vários serviços de inteligência".
Os criminosos que sequestraram a freira são fanáticos do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), viculados à Al-Qaeda. Eles agem ao sul do deserto do Saara.
Na ocasião do sequestro, a irmã Gloria trabalhava pastoralmente no remoto vilarejo de Karangasso, perto da fronteira com Burkina Faso. Os bandidos pretendiam levar uma freira mais jovem, mas a irmã Gloria se ofereceu para ir em seu lugar, a fim de salvá-la da violência dos fanáticos.
Antes de ser raptada, a freira colombiana já havia passado doze anos no Mali, atuando principalmente em obras católicas que prestam serviços médicos e de acolhimento de órfãos. De fato, a sua comunidade mantém no país um grande centro de atendimento gratuito de saúde e uma casa-abrigo para cerca de trinta órfãos.
Ainda há reféns locais e estrangeiros do mesmo bando terrorista no país, que pratica os sequestros, na maior parte dos casos, não necessariamente por razões religiosas, mas abertamente visando o dinheiro dos resgates.
Imediatamente após a sua libertação, a irmã Gloria foi levada do Mali para a Itália. O Papa Francisco a recebeu pessoalmente neste domingo, 10, antes da Santa Missa de abertura do processo sinodal mundial, na Basílica vaticana de São Pedro.