O Papa Francisco alertou hoje os católicos, ao rezar o Angelus com os peregrinos na Praça de São Pedro, sobre os riscos da ambição.
No Evangelho do dia, Marcos narra que dois dos discípulos, Tiago e João, pedem ao Senhor para se sentar ao Seu lado na glória, "como primeiros-ministros", causando indignação nos demais.
Segundo explicou o Papa, Jesus ensina que a verdadeira glória se obtém vivendo o batismo que estava para receber em Jerusalém, e não elevando-se sobre os outros.
A palavra batismo significa “imersão”. Portanto, a glória de Deus é amor que se faz serviço, não poder que busca o domínio.
Emergir, explicou o Papa, expressa aquela mentalidade mundana da qual somos sempre tentados: viver todas as coisas, até mesmo as relações, para alimentar a nossa ambição, para subir os degraus do sucesso.
A busca do prestígio pessoal pode se tornar uma doença do espírito. "Isso na Igreja também acontece", lamentou Francisco: "Quantas vezes, nós cristãos, que deveríamos ser os servidores, buscamos galgar, ir avante." É importante sempre verificar as verdadeiras intenções do coração e perguntar-se se levo avante um serviço somente para ser notado e louvado.
A esta lógica mundana, Jesus propõe a sua: ao invés de elevar-se sobre os demais, descer do pedestal para servir. Ao invés de emergir sobre os outros, imergir-se na vida dos outros.
O Papa então citou um programa da televisão italiana que veiculou uma reportagem sobre o serviço da Cáritas para que ninguém fique sem alimento.
O Papa Francisco explicou que Jesus não ficou lá no céu, a olhar-nos do alto, mas se abaixou para lavar nossos pés. "E pede que façamos o mesmo com os outros com compaixão".
Segundo o Papa, para passar do "emergir" ao "imergir", só o empenho não é suficiente.
Mas cada um tem dentro de si a força do batismo, daquela imersão em Jesus que impulsiona a segui-Lo, é um fogo que o Espírito acendeu e que deve ser alimentado.
O Papa Francisco concluiu pedindo a Nossa Senhora que nos ajude a encontrar Jesus.