Por quase dois anos, os “gestos de barreira” para evitar o coronavírus criaram raízes nos costumes. Beijar um amigo com quem você cruza na rua e acariciar os netinhos, por exemplo, já não são mais atos normais e corriqueiros.
E esses gestos de barreira também encontram aplicação durante as assembleias de fiéis. Uma vez que as celebrações foram novamente autorizadas, a prática litúrgica foi adaptada: comunhão exclusivamente na mão (e não na boca) e retirada do aperto de mão do Rito da Paz.
Enquanto algumas paróquias continuaram a convidar os fiéis a manifestarem um discreto sinal de paz à distância, com um aceno de cabeça ou uma troca de olhares por cima da máscara, outras silenciaram.
Gesto da paz é opcional
Na verdade, o gesto da paz não é obrigatório na liturgia. A Apresentação Geral do Missal Romano recorda que o sacerdote ou o diácono convidam à paz “se for conveniente”. Diz o documento:
O significado do gesto da paz
A tradição do gesto da paz remonta aos primeiros dias do cristianismo. São Paulo menciona isso em suas Cartas quando convida os Romanos (Rm 16,16 ), os Tessalonicenses ( 1Ts 5,26 ) e os Coríntios a se saudarem "com um beijo de paz". Um gesto forte, uma forma de se relacionar com o próximo, de expressar a unidade da comunidade e de viver plenamente o mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros".
Situado entre o Pai Nosso e a comunhão, o gesto de paz é a consequência imediata da oração que o precedeu. Graças a Cristo, somos filhos do mesmo Pai, membros da mesma família.
Até quando?
A questão é: quanto tempo falta para este gesto expressivo voltar a ser parte da Missa?
Enquanto não tempos a resposta, podemos encontrar um gesto nem banal nem habitual para saudar nossos irmãos. Exemplos: um aceno de cabeça, uma saudação de mãos postas ou um sorriso amigo, e acompanhar este gesto com palavras que lhe dão sentido: “A paz de Cristo”.