Quando você olha para as casas no Instagram ou Pinterest, verá muitas fotos de pisos brilhantes e bancadas intocadas. Mas essas casas não são exatamente a realidade. A maioria de nós tem muita dificuldade em manter a casa minimamente arrumada e sem bagunça.
Se a desordem é um problema para você, tenha certeza de que também é para muitos. Cerca de 54% dos americanos estão sobrecarregados com a quantidade de desordem que têm, e impressionantes 78% não têm ideia do que fazer com a bagunça.
As razões pelas quais temos dificuldades com o acúmulo de coisas, por exemplo, são muitas: a publicidade que entope nossas TVs, telefones e outdoors incentiva um consumismo implacável e quase impensado. É preciso um esforço consciente para resistir a isso.
Decluttering
Mas devemos nos preocupar em lutar contra a acumulação de coisas e a bagunça? A vida já está tão ocupada, e leva tempo e energia para limpar e organizar tudo. Erradicar a desordem seria realmente o melhor uso de tempo e esforço?
Bem, honestamente, nem sempre. O decluttering (prática do desapego e de se livrar das coisas desnecessárias) completo não precisa ser a principal prioridade. Nem sempre é realista querer simplesmente acabar com a bagunça, especialmente quando sua casa serve de escritório, sala de aula, playground, academia e tantas outras coisas.
Ao mesmo tempo, pelo menos algum decluttering é necessário — pelo menos se quisermos continuar usando os espaços em nossas casas como pretendido. Também é vital para a nossa saúde mental: sabemos que a desordem nos deixa irritados. O ambiente ao nosso redor afeta muito a forma como pensamos e sentimos. Casas bagunçadas nos fazem sentir ansiosos, impotentes e sobrecarregados.
Há um ângulo espiritual a ser considerado também. Rejeitar o materialismo e o consumismo é uma das muitas maneiras pelas quais os cristãos são chamados a viver contra a corrente.
Então, como podemos saber se o nível de bagunça e acúmulo de coisas em nossas casas é razoável e realista para nossas circunstâncias, ou indicativo de um problema? Podemos nos fazer estas duas perguntas:
1. MINHA CASA ESTÁ ATENDENDO ÀS MINHAS NECESSIDADES?
Quando sua casa serve você e sua família, você achará mais fácil amar e servir um ao outro nela.
Examine cada parte da sua casa, uma a uma, e faça uma avaliação honesta: esta área está realmente atendendo às necessidades da sua família?
Se sim, então deixe do jeito que está. Sim, mesmo que pareça desorganizada. Tudo bem, se estiver funcionando para você. Você pode dizer a si mesmo: “Minha casa está um pouco bagunçada, mas a minha vida e a dos meus filhos não é uma bagunça.”
Se a casa e os cômodos não estão atendendo às necessidades da sua família, é hora de repensar a organização e os espaços. Um pequeno ajuste tornaria o espaço mais funcional para o seu estilo de vida atual? Ou precisa ser reorganizado de uma maneira maior? Pense no que traria simplicidade e calma para esta área.
2. EXISTE ORGANIZAÇÃO E ORDEM AQUI?
Sabemos que a ordem é uma virtude que traz paz às nossas almas. A próxima pergunta a fazer é se a virtude da ordem está presente em cada área de nossa casa.
A resposta a esta pergunta será sempre particular. O que parece uma bagunça para uma pessoa pode ser ordenado para outra. Por exemplo, muitas pessoas com TDAH precisam realmente ver todas as suas coisas para não esquecerem onde estão. Um espaço ordenado para uma pessoa com TDAH pode parecer confuso para outra pessoa, mas a pessoa que mora lá sabe que há uma ordem racional presente.
Tudo brilhando não é o objetivo aqui. O objetivo é ter um lar que atenda de forma realista às necessidades da família, enquanto se pratica a virtude da ordem o melhor que pudermos. Se isso significa que temos suprimentos de arte para crianças na cozinha ou um cesto de livros ao lado do sofá, tudo bem! Vamos abraçar o que funciona para nossas próprias famílias e abandonar as comparações.
Ao mesmo tempo, queremos viver em ambientes minimamente ordenados. Para muitos de nós, se livrar da desordem é um passo importante para fazer isso. À medida que cultivamos um ambiente doméstico simples e funcional, alcançamos mais paz e serenidade de espírito.
Doar itens que não usamos pode ser um ato de desapego das coisas terrenas. Pode ser um ato de generosidade, pois doamos essas coisas para outra pessoa que precisa mais delas. Pode ser um ato de ordenação, à medida que cortamos nossas posses para manter um lar pacífico que atenda às nossas necessidades. Então, se o decluttering vai ajudar você e sua família a viver melhor, coloque-o um pouco em prática.
Em última análise, não precisamos de uma casa perfeita como no Pinterest: só precisamos de uma casa que sirva nossa família, reflita nossos esforços pessoais de ordenação e nos ajude a viver bem.