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Técnica inédita na medicina cura mulher do vírus da Aids

SCIENCE
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Octavio Messias - publicado em 17/02/22
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Tratamento inovador com sangue de cordão umbilical leva ao terceiro caso na história de reversão do quadro de HIV

Muito se discute o que prevalece entre ciência e religião, mas poucos atentam como a ciência pode ser um instrumento da fé. Aparentemente existem poucos lugares onde o conhecimento científico ainda não chegou e, de tempos em tempos, opera verdadeiros milagres, ainda que pela mão do homem e com base no conhecimento técnico. 

A última inovação, que parece ter sido performada por anjos em jalecos de cientistas, tem a ver com a cura de um mal que já afligia a humanidade 40 anos antes do Coronavírus, o vírus HIV. Nesta terça-feira (15), durante a Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em Denver, nos Estados Unidos, foi apresentado um estudo que resultou no caso da primeira mulher e terceira pessoa na história a ser curada da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). 

Cordão umbilical

Até então já tinham ocorrido dois casos de remissão do vírus por um longo período, ambos homens, a partir de tratamento com transplante de células-tronco. Agora, uma norte-americana de 64 anos que vivia Aids e leucemia aguda está livre do vírus há dois meses, mesma época em que interrompeu seus tratamentos com anti-virais. O caso faz parte de um grande estudo, coordenado pelas universidades da Califórnia (UCLA) Johns Hopkins, que acompanha 25 vítimas do HIV no tratamento de outras doenças graves como câncer. 

O estudo é inovador pois pela primeira vez as células-tronco são retiradas do sangue do cordão umbilical das doadoras, o que representa mais um passo no sentido de viabilizar o tratamento com células-tronco para as mais de 40 milhões de pessoas no mundo que convivem com o vírus da Aids. Justamente pelo cordão umbilical, certamente uma das maiores e mais sagradas dádivas do ser humano, que permite a uma mãe alimentar o filho. 

Grandes descobertas

Também nesta quarta foi divulgada pela grande imprensa outro grande avanço da medicina. Foi publicado no Journal of Medicinal Chemistry um estudo que identifica uma molécula possivelmente capaz de inibir a proteína MPS1, que desencadeia tumores sólidos. O que pode significar um caminho promissor no tratamento do câncer. 

Enquanto dispomos de vacinas para a Covid-19 eficazes e desenvolvidas em tempo recorde, a comunidade científica anuncia no mesmo dia duas possíveis curas para a Aids e para o câncer. Como diz o ditado popular: "enquanto reza, faça". Por isso, fé na ciência, pois nunca sabemos por que meio os milagres operam. E enquanto estamos em busca de soluções, os cientistas estão fazendo. 

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