É madrugada de Quinta-feira Santa. Toda a Cidade de Goiás, no Centro-Oeste do Brasil, está em uma profunda e dolorosa escuridão. As luzes são apagadas. Só o fogo das tochas ilumina as ruas de pedra. Vai ser retomada a Procissão do Fogaréu, tradicional evento da Semana Santa que, nos últimos dois anos, não foi realizada por causa da pandemia.
Milhares de turistas voltaram à antiga capital do estado - tombada como Patrimônio da Humanidade - e se uniram novamente aos moradores para acompanhar a encenação da prisão de Cristo.
A Procissão do Fogaréu
A procissão, muito comum também na Espanha e em Portugal, chegou à Cidade de Goiás em 1745, através do padre espanhol João Perestelo de Vasconcelos Espíndola.
Pelas ruas de pedra da cidade, 40 homens descalços, com capuzes, túnicas e tochas nas mãos representam os farricocos. São os perseguidores de Jesus. Ao som solene dos tambores, eles saem pelas ruas à procura de Cristo.
A primeira parada acontece em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário. No local é montada uma mesa, representando a Última Ceia. Os homens procuram Jesus, mas ele não está lá.
O ponto alto
A procissão segue até a Igreja São Francisco de Paula, que fica na parte alta da cidade e lembra o Monte das Oliveiras. Ali acontece a parte mais emocionante da encenação: a prisão de Cristo. Ao toque do clarim, um farricoco de túnica branca segura um estandarte com a imagem de Jesus flagelado.
Depois, a procissão segue até a Catedral de Sant'Ana. Este ano, os organizadores da Procissão do Fogaréu fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da Covid-19 em todo o mundo.
Na galeria abaixo, você pode conferir imagens da procissão de anos anteriores.