1. A CHINA ESTÁ A SER DOMINADA POR UMA FEBRE RELIGIOSA?
"Face ao aumento do materialismo e do consumismo que acompanharam a abertura do país, a religião encontrou sem dúvida o seu lugar", analisa o sinólogo Claude Meyer, conselheiro do Centro Asiático do Instituto Francês de Relações Internacionais. Entre os sinais disso: a construção de igrejas ou a expansão de templos. Este regresso à religião pode ser explicado em primeiro lugar pelo fato de que "a espiritualidade está profundamente enraizada na psique chinesa". Portanto, para este especialista entrevistado pelo Le Figaro, o comunismo ateu só poderia ser uma espécie de parênteses. Entretanto, o partido comunista continua a ver o catolicismo como uma ameaça. Claude Meyer recorda que Pequim não apoia a autoridade do Papa, uma influência externa, e volta às questões levantadas pelo recente acordo entre a China e o Vaticano sobre a nomeação dos bispos.
Le Figaro, francês
2. UCRÂNIA: "O SAGRADO NUNCA É UM ADEREÇO DO PODER
Defendendo o Papa Francisco contra aqueles que o acusam de "neutralidade" face ao conflito ucraniano, o padre Spadaro explicou em La Stampa que com o pontífice o sagrado é "nunca um acessório do poder". Francisco, recorda-se, declarou-o claramente ao Patriarca Kirill quando declarou que a Igreja não deveria "usar a linguagem da política, mas a linguagem de Jesus". Uma armadilha, porém, na qual o chefe da Ortodoxia Russa caiu, segundo o jesuíta, mas também Putin, Biden ou mesmo o ex-presidente ucraniano Poroshenko em discursos recentes misturando espiritualidade e espírito guerreiro. O pontífice, por seu lado, "resiste à tendência de fazer do cristianismo uma garantia política, seja ele qual for". Rompendo assim com a "pretensão imperial" dos papas do passado, conclui o intelectual próximo do Papa.
La Stampa, italiano
3. AS ESPERANÇAS DE PAZ DO CARDEAL ETÍOPE SOURAPHIEL
O Arcebispo de Adis Abeba foi entrevistado pelo Vatican News sobre a guerra civil na região do Tigray e a crise humanitária que afeta todo o Corno de África (Chifre da África), afetado pela instabilidade política, secas e carências. As palavras do Papa sobre "guerras esquecidas" foram uma fonte de conforto durante a Semana Santa. A Etiópia está a experimentar uma relativa pausa. "Pelo menos neste momento não há guerra nem combates como alguns meses atrás", disse o cardeal etíope, aliviado por ver o diálogo entre o governo federal e as autoridades de Tigray. "Esperamos que as negociações em curso conduzam a uma paz duradoura", explica, salientando ao mesmo tempo a gravidade da situação humanitária. Recorda também os cuidados prestados pela Etiópia aos refugiados de conflitos externos. "Temos cerca de meio milhão de refugiados somalis, cerca de 300.000 refugiados eritreus e cerca de 430.000 refugiados do Sul do Sudão. Temos também refugiados sírios que vieram para Adis Abeba. Não sei como chegaram aqui, mas as pessoas estão a deslocar-se para todo o lado", diz o cardeal etíope.
Vatican News, italiano
4. PODE UM PADRE SER POLÍTICO? O CASO COMPLICADO DO PADRE DRINAN
No 15º aniversário da sua morte, a revista America lembra o Padre Robert F. Drinan, um professor de direito jesuíta que também serviu como congressista dos EUA durante 10 anos. O seu mandato, o artigo salienta, destacou muitas questões, incluindo se um padre deve ser eleito, o tema aborto, a separação da Igreja e do Estado, e o escândalo Watergate. O Padre Drinan foi membro do Comité Judiciário da Câmara que votou para impugnar o Presidente Richard Nixon em 1974. Também esteve do lado dos Democratas pro-choice no debate sobre o aborto legal nos Estados Unidos, o que indignou os católicos. Em 1980, enquanto Drinan preparava a sua campanha para um sexto mandato, João Paulo II pediu aos Jesuítas que lhe dissessem para retirar a sua candidatura, o que ele fez. "O seu compromisso com a justiça no domínio jurídico e político foi verdadeiramente uma expressão da sua resposta ao amor de Deus, uma resposta que afirmava que o amor e a justiça estão de fato ligados", disse o Padre Langan, que pregou no funeral de Drinan em 2007.
America, inglês
5. JOSÉ MOURINHO VISITA HOSPITAL INFANTIL DO VATICANO
O treinador português do AS Roma, um dos dois clubes da capital italiana, José Mourinho visitou o famoso hospital infantil do Vaticano, o Bambino Gesù, para se encontrar com médicos e doentes no dia 20 de Abril. Ele veio com goleiro do seu clube, o seu compatriota Nuno Santos, e o mascote do clube "Romolo", e trouxe presentes para cerca de 40 jovens pacientes que ficaram visivelmente encantados por saudar o treinador, falar com ele e receber autógrafos. Não é a primeira vez que faz este tipo de visita: a 31 de Dezembro do ano passado, visitou um centro da Cáritas em Roma, levando um jantar aos convidados da estrutura.
Fanpage, italiano