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Brasil: bispo desmente fake news sobre fechamento de convento por vacina contra covid-19

Convento das Irmãs Sacramentinas de Ituiutaba
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Francisco Vêneto - publicado em 27/04/22
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Para dom Irineu Andreassa, a circulação de notícias falsas gerou "medo e pavor, senão horror"

Circularam recentemente pelas redes sociais notícias desencontradas sobre o suposto fechamento de um convento em Minas Gerais porque as freiras residentes optaram por não receber a terceira dose da vacina contra a covid-19.

Dom Irineu Andreassa, bispo de Ituiutaba, desmentiu as "fake news" e afirmou que não fechará o convento das Irmãs Sacramentinas.

Voluntariedade da vacinação

A decisão das freiras de não tomar a dose de reforço se fundamenta nas diretrizes da Congregação para a Doutrina da Fé: o dicastério vaticano, de fato, reafirmou em dezembro de 2020 que a vacinação não é uma obrigação moral e, portanto, deve ser voluntária.

O órgão vaticano se pronunciou, na ocasião, por meio da "Nota sobre a moralidade do uso de algumas vacinas anticovid-19". O documento registra que as vacinas contra a covid-19 foram desenvolvidas ou testadas com "linhas celulares derivadas de tecidos obtidos de dois abortos ocorridos no século passado", mas avalia que "é remota" a "cooperação para o mal do aborto provocado" por parte de quem utiliza "as resultantes vacinas". Por conseguinte, afirma que é "moralmente aceitável" recebê-las. Ainda assim, reconhece que "[as pessoas que] por motivos de consciência rejeitam as vacinas produzidas com linhas celulares derivadas de fetos abortados devem esforçar-se para evitar, com outros meios profiláticos e comportamentos idôneos, tornar-se veículos de transmissão do agente contagioso".

Desmentido sobre o fechamento do convento

Dom Irineu Andreassa declara ter exortado todos os fiéis da sua diocese a se vacinarem, mas nega que a decisão das freiras de não tomar a dose de reforço vá acarretar o fechamento do convento. Em nota de 22 de abril, ele afirma que "não existe nenhum documento que decrete" tal "fechamento" e resume como "inverdades" as notícias que afirmavam o contrário. Ele comenta, aliás, que a circulação de tais notícias falsas gerou "medo e pavor, senão horror".

O bispo acrescenta, no entanto, que "‘fechar o convento’ à participação dos fiéis (isolamento social) seria a medida mais lógica para proteger as Irmãs Sacramentinas, visto que elas fizeram a opção de não tomarem a 3ª dose da vacina". De acordo com dom Irineu, "os últimos diálogos [com as religiosas] foram desgastantes e dolorosos", mas ele afirma ter sempre mantido o propósito "de cuidar, apascentar e proteger".

A seu ver, no tocante à covid-19, isto seria possível mediante "dois caminhos", que seriam "a vacina e o distanciamento social". Entretando, prossegue o bispo, "os dois caminhos geraram uma grande insatisfação por parte das irmãs". Dom Irineu então finaliza: "Deixo nas mãos das Irmãs Sacramentinas a decisão do caminho a ser seguido, em vista do cuidado com a saúde delas mesmas e o zelo pela vida dos fiéis que já acorrem".

Ele confirma, em consequência, que "o convento seguirá normalmente suas atividades".

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