Resenha de Imprensa: Tensões sobre o aborto nos EUA

1 - Morte de um jovem bispo chinês nomeado por Bento XVI
2 - Vestígios de dois sacerdotes mártires encontrados numa capela na planície de Nínive
3 - Tensões sobre o aborto nos EUA
4 - A versão brasileira da BBC recorda a condenação bíblica do aborto
5- "Pontifex", um jogo de tabuleiro original sobre o conclave

O Bispo Peter Wu Junwei de Yuncheng, diocese de Shanxi, no norte da China, morreu de ataque cardíaco a 10 de Maio de 2022, aos 59 anos de idade. Ordenado bispo em 2010 após ter sido nomeado pelo Papa Bento XVI, tinha sido aprovado tanto pela Santa Sé como pelas autoridades chinesas. A comunidade católica local pediu a todos os fiéis para rezarem por ele, que se dedicara incansavelmente à evangelização, organizando catequese para os fiéis e construindo novos locais de culto. O Bispo Wu esteve doente durante algum tempo, especialmente durante a pandemia de Covid-19, noticiou Asia News, explicando que estava sob grande pressão e estresse. O seu tio-avô, Peter Wu Anbang, foi martirizado durante a Rebelião em 1899-1901, e foi canonizado em 2000 como um dos 120 mártires chineses. Segundo Asia News, a morte do bispo ocorre num momento sensível para a comunidade católica chinesa. Na semana passada, Asia News noticiou que a polícia pode ter detido pelo menos 10 padres na diocese de Baoding (Hebei) desde o início do ano.

Asia News, inglês

O padre católico sírio Yusuf Jabo Sakarya, de Mosul, e o padre Behnam Hanam Mikho Khozymi, um monge pertencente à ordem dos Irmãos de Santo Efrém, foram assassinados por soldados turcos a 28 de Junho de 1915 nos arredores de Qaraqosh quando regressavam de Mosul para celebrar a festa de Pedro e Paulo no dia seguinte. Entre 1915 e 1918, cerca de 250.000 assírios caldeus foram massacrados em nome da sua fé pelo Império Otomano. Destes, 40 estão incluídos na Causa de martírio e os seus casos estão atualmente a ser estudados pela Congregação do Vaticano para as Causas dos Santos. A descoberta dos restos mortais é uma boa notícia para a comunidade cristã local, que teme a discriminação diária por parte do governo ou de extremistas. "É um encorajamento espiritual, um sopro do Espírito Santo, do qual tanto precisamos neste país onde temos sofrido muito", disse o Padre Bahnan Jahola ao Crux.

Crux, anglais

À medida que a questão do aborto se torna cada vez mais acesa nos Estados Unidos, funcionários da administração do Presidente dos EUA Joe Biden condenaram os manifestantes que foram até igrejas e às casas dos juízes do Supremo Tribunal. A Casa Branca disse que o direito de protesto "nunca deve incluir violência, ameaças ou vandalismo". De Nova Iorque a Los Angeles, os incidentes estão de fato a multiplicar-se. Joe Biden, contudo, criticou como "radical" a proposta de decisão do Supremo Tribunal que derrubaria Roe v. Wade, a decisão histórica de 1973 que legalizou o aborto. "Estou muito preocupado que depois de 50 anos vamos decidir que uma mulher não tem o direito de escolher", disse ele. O presidente defende que o Congresso aprove uma lei que legalize o aborto e codifique a decisão Roe v. Wade.

Catholic News Service, inglês

Contra o pano de fundo das crescentes exigências feministas e "progressistas" para a legalização do aborto na América Latina, particularmente no Brasil, e de uma campanha presidencial polarizada entre o atual Presidente Bolsonaro e o seu oponente Lula, a versão em língua portuguesa da BBC oferece um artigo aprofundado sobre a base bíblica para a oposição cristã ao aborto. "Importante ressaltar que a Bíblia afronta o problema do aborto sublinhando o valor da vida humana, aquela chamada por Deus antes mesmo de que ela esteja dentro do útero materno", defende o padre Renato Gonçalves da Silva, mestre em teologia com ênfase em sacra escritura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e atualmente estudante de exegese bíblica no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Mesmo que não esteja escrito na Bíblia, existem documentos que mostram que a criminalização do aborto foi uma das características distintivas dos primeiros cristãos em comparação com a cultura circundante do seu tempo. "O cristianismo no primeiro século já condenava explicitamente a prática generalizada do aborto entre os gregos e os romanos", diz o padre.

BBC, português

Stefano Sioli, licenciado em História pela Universidade de Milão, concebeu um jogo de tabuleiro que imagina, de uma forma bem humorada mas finamente delineada, a eleição de um papa. Cada jogador representa um cardeal e deve ganhar a eleição para o conclave, acumulando "pontos de santidade" e cobrando aos seus oponentes "pontos de pecado". Stefano Sioli, um fã de jogos de tabuleiro, tinha pensado neste projeto durante cinco anos, mas sem o pôr em prática. Depois a pandemia e a confinamento levaram-no a retomar o projeto, aperfeiçoando todo o material e aproximando-se dos estúdios de design gráfico, antes de apresentar a sua ideia a várias empresas. Uma empresa milanesa, Tambu, confiou nele. Cada jogador tem uma carta de um cardeal e move-se por um tabuleiro mundial dividido em dioceses, persuadindo os cardeais que lhe interessam a votarem nele no próximo conclave. "Pontifex" é recomendado para maiores de 14 anos. Pode ser jogado por dois a quatro jogadores e um jogo dura, em média, uma hora.

Leggo, italiano