1 - "Na Nigéria, a limpeza étnica está em curso", adverte um núncio nigeriano à ONU
"Estamos perante outra fase atroz de um genocídio. O arcebispo Fortunatus Nwachukwu, nigeriano de 61 anos de idade, trabalha no serviço diplomático da Santa Sé há quase 30 anos. Reagindo ao novo massacre de cristãos que teve lugar no domingo não muito longe da sua diocese de origem, o arcebispo, que foi enviado a Genebra durante o ano passado como Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, confidenciou o seu pesar por estes crimes, que para ele são semelhantes a uma "limpeza étnica". "A violência dos Fulani agravou o clima de terror num país já devastado pela violência terrorista, e no qual a Igreja Católica continua a pagar um preço elevado", diz ele. Para o clérigo, os Fulani - nómadas muçulmanos - atacaram uma igreja porque "não há estrutura mais forte e mais articulada no país do que a Igreja Católica". O diplomata, que já tentou alertar para estas atrocidades, está a trabalhar para assegurar que a comunidade internacional finalmente se debruce sobre o assunto.
Il Mattino, italiano
2 - O que a Igreja deve mudar? A resposta de dois teólogos alemães
Dois teólogos alemães questionam o que precisa mudar na Igreja Católica. Na sua opinião, existe um "défice de credibilidade fundamental" devido à dificuldade da Igreja para integrar as realizações "anti-totalitárias" em matéria de direitos humanos. A Igreja, insistem, deve ser capaz de aceitar pessoas seculares que inicialmente nada têm a ver com Deus, a religião ou a Igreja. O seu serviço divino, argumentam, deve portanto ser visto como um serviço às pessoas e à sociedade. Este compromisso, concluem os dois alemães, tem o secularismo como o seu "solo", e deve portanto implicar uma mudança entre a liderança, e não uma "lamúria" sobre um passado nostálgico que eles veem como uma "glorificação do absolutismo" e um "sistema patriarcal de governo".
Feinschwarz, alemão
3 - A beatificação de dois mártires capuchinhos conforta os cristãos no Líbano
"Grande alegria para os Capuchinhos, para o vicariato, para a Igreja e para o Líbano". O Bispo César Essayan, Vigário Apostólico de Beirute para os católicos de rito latino no Líbano, saúda a beatificação - a 4 de Junho - dos religiosos capuchinhos Leonard Melki e Thomas Saleh, que morreram como mártires no contexto do colapso do Império Otomano. A sua beatificação é "uma boa notícia para um país que se encontra sob o peso da sua história e circunstâncias", observa a revista Terre Sainte. A celebração, presidida pelo Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, contou com a presença de muitos representantes católicos, bem como de representantes de outras confissões cristãs. O Presidente do Líbano, Michel Aoun, disse que esta cerimónia de beatificação "afirma a todo o mundo que o Líbano permanece no centro das preocupações da Igreja e que continuará a ser o país da santidade". O Chefe de Estado também manifestou a esperança de que o Papa visite em breve o país dos Cedros. "Ponhamos de lado as vozes dos nossos interesses pessoais, facciosos, partidários e sectários, a fim de ouvirmos o que o Espírito nos diz", encorajou o Patriarca Bechara Rai, durante uma missa de acção de graças no dia seguinte à cerimónia de beatificação.
Terre Sainte, francês
4 - O testemunho da bispa anglicana de Londres sobre a fé da Rainha da Inglaterra
O bispo anglicana de Londres, Sarah Mullally, reflete sobre a missa que celebrou para assinalar o 70º aniversário do reinado de Elizabeth II. A bispa, que era enfermeira antes de ordenar-se quando a Igreja Anglicana abriu o sacerdócio às mulheres, vestiu as vestes litúrgicas do seu antecessor em 1935, concebidas para o Jubileu de Prata (25 anos no trono) do Rei Jorge V, o atual avô da Rainha. Ela admite que as vestes são "cansativas de usar porque ninguém pensou em uma mulher como bispo na altura". Compreendendo a ausência da Rainha por razões de saúde, mas certa de que a Rainha seguiu a cerimónia na televisão, confidenciou que "é precisamente a sua fé que lhe coloca esse sorriso no rosto", que é um sorriso que expressa "a vocação, que ela sente profundamente, de cumprir o seu dever de guiar o país também a um nível moral". Na sua liderança do Reino Unido, "a Rainha tem uma visão muito aberta e um talento para falar ao coração das pessoas, guiada pela luz da fé".
Corriere della Sera, italiano
5 - A conversão do Padre José Apeles, antigo astro da televisão
Padre José Apeles era uma figura "icónica" da cultura popular espanhola no final do século XX, aparecendo em numerosos debates televisivos e mesmo em programas infantis. Ordenado sacerdote em Roma em 1993 no movimento tradicionalista, este homem erudito mas instável acabou por ser demitido pela Conferência Episcopal Espanhola, que declarou que ele estava a exercer o seu sacerdócio fora de qualquer jurisdição. Participou progressivamente em programas cada vez mais controversos, especialmente durante os primeiros dias da reality TV. Uma depressão grave e uma tendência para beber levaram-no a ser hospitalizado e a um período no deserto. Após um longo silêncio mediático, o diário catalão La Vanguardia encontrou-o no seu "exílio" romano, onde está a trabalhar na investigação relacionada com a história da Igreja. Este homem hiperativo, que se apresenta nas redes sociais como "jornalista, apresentador de televisão, advogado, detective, oficial de relações públicas, escritor e professor", também tentou a sua sorte no mundo da música, e tornou-se capitão do exército espanhol.
La Vanguardia, espanhol