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Por que devemos parar de insistir no que não é recíproco

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Talita Rodrigues - publicado em 15/06/22
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A pessoa pela qual a gente se apaixona reflete justamente a sombra dos nossos invisíveis

Como cessamos o nosso querer por alguém que a gente deseja tanto e tão profundamente, mas que de alguma maneira essa pessoa não corresponde? Por que devemos parar de insistir no que não é recíproco? Como fazer para colocar na cabeça e compreender de uma vez por todas que não é para ser? Como entender de vez que a gente queria muito alguém que não nos quer o suficiente?

Normalmente, os nossos alvos afetivos - comumente as pessoas pelas quais nos apaixonamos - são sob medida aos recursos que você tem dentro de si. Aquela pessoa pela qual a gente se apaixona reflete justamente a sombra dos nossos invisíveis.

Se eu quero alguém que não me queira, essa situação vai muito além do óbvio. Ela revela o quanto eu não me quero o suficiente. O quanto eu insisto em algo que só machuca. Isso só acontece porque estamos distantes da valorização que deveríamos ter de nós mesmos(as).

Um reflexo sobre nós mesmos(as)

Aquela pessoa pela qual você tem grande apreço diz muito sobre você. Se você gosta de alguém que não gosta de você, que não te corresponde, que é desproporcional a você, essa situação diz muito sobre você. Porque afinal de contas, o que é que você merece? Quais são os lugares em que você tem se colocado? Estes espaços te cabem?

Quais são os lugares nos quais você permanece, mesmo que te machuquem muito? O quanto você está com você? 

Acredite: há pessoas que lustram os seus egos quando percebem o quanto você está envolvido(a) e o quanto você se esquece de si por elas. 

Enquanto você não se descobrir, enquanto você não se valorizar e não olhar com carinho a sua história, enquanto você não se respeitar e perceber que para chegar até aí foi doído demais, enquanto você aceitar pouco e fizer mais pelo outro do que por você mesmo(a), você continuará no mesmo lugar. 

Ideia errada sobre o amor

Cuidado para não ter uma ideia errada sobre o amor. Há uma linha tênue entre amar o que você é e amar o que o outro quer que você seja. 

Se eu puder te dar um conselho, aqui está: viva a sua vida do seu jeito, com seus defeitos e qualidades, sinta orgulho de sua história. E tente os seus contornos e os seus limites. Quando você entende isso, você nunca mais forçará encaixes que te machucam. 

Cuidado para não se perder de si mesmo(a) pelo outro. Cuidado para não colocar a sua vida nas mãos do outro. Porque a vida não espera. A vida não possui pausas para rescritas. 

Ame-se muito, para sair de lugares em que o amor não está sendo servido. Tenho certeza de que encontrará novas felicidades ao caminho.

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