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Despedida de solteiro(a): adeus também aos valores?

despedida de soltera
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Pilar Velilla Flores - publicado em 28/06/22
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Como organizar a festa de despedida de solteiro(a) sem deixar de lado os valores da nossa fé?


Vale tudo em festa de despedida de solteiro(a)?

Há doze anos, quando vivíamos numa praça central da cidade de Barcelona, aconteceu-nos algo que me levou a pensar e que vai me ajudar a escrever este artigo.

Tínhamos as janelas da sala abertas, porque estava muito calor. De repente, começamos a ouvir alguns tambores e gritos vindos da rua. O meu marido e eu olhamos para fora e vimos que era um grupo de rapazes fazendo barulho.

Mas o pior de tudo é que, passado algum tempo, os mesmos rapazes passaram em carros e motos, fazendo o mesmo barulho ou mais do que antes, carregando atrás deles, numa das motos, um rapaz nu e com o rosto coberto por uma máscara.

Consolo-me com a ideia de que aquela máscara estava de acordo com a vergonha que o moço estava passando, mas acima de tudo, com o cuidado para não ser reconhecido. Ainda assim, pergunto-me: Será que o noivo conseguiu, após algumas semanas, desfilar diante dos seus convidados até ao altar e esperar a sua futura noiva com um olhar limpo? Não haveria uma grande falta de coerência nisso tudo?

As festas de despedida de solteiro(a) são todas assim? Claro que não! Mas é verdade que a maior parte delas escamba para temas frívolos. Se podem ter conotações sexuais, tanto melhor. Além disso, há presentes de mau gosto, jogos imorais e álcool sem medida sob o pretexto de aproveitar as últimas semanas de "liberdade" que restam.

Sempre houve despedidas de solteiro?

Sim, as despedidas de solteiro existem desde quando começou haver solteiros que se casam no mundo.

Na Mesopotâmia, 3500-2100 a.C., eram realizadas festas de doze dias, apenas para mulheres. O objetivo era adorar a deusa da fertilidade.

Em Esparta, século V a.C., tais eventos eram exclusivos dos homens. Uma mulher era contratada para seduzir o futuro marido, a fim de testar a fidelidade dele.

Na Roma Antiga, as festas eram exclusivas da aristocracia e realizavam-se no Monte Aventino, na Cidade Eterna, uma das sete colinas sobre as quais a cidade foi construída.

Após a Idade Média, por volta do século XV, eram organizadas despedidas sobretudo para as moças. A futura noiva ganhava um enxoval completo.

Na Era Dourada americana, por volta de 1890, as despedidas de solteiro consistiam numa festa para a família e amigos da noiva.

Nos anos 1960, as comemorações foram distorcidas do seu verdadeiro significado, incluindo elencos de strippers, espectáculos e sexo excessivo.

Hoje em dia, tanto homens como mulheres organizam este adeus, e em muitas ocasiões optam por despedidas separadas.

A minha experiência como participante

Em algumas das despedidas de solteira para as quais fui convidada, testemunhei que nem todas as noivas se divertem, e muitas delas acabam em lágrimas.

É verdade que em situações como esta os nervos dos preparativos do casamento podem florescer. Mas o gatilho é normalmente que a futura noiva tenha passado um mau bocado. Nem todas gostam de ser expostas aos outros.

Por isso, antes de organizar a festa de solteira, a anfitriã deve ser consultada sobre como quer passar o dia. E do lado da noiva, a melhor coisa a fazer é deixar a sua melhor amiga conhecer os seus desejos.

Outra questão são os amigos "engraçados" do noivo. Quando a festa é feita em conjunto, é um risco que normalmente existe. Os "caras engraçados" são geralmente homens que se dedicam a irritar repetidamente a noiva com frases de mau gosto. É preciso saber comportar-se e ser elegante, especialmente se notar que a moça não é extrovertida.

Conclusão: é melhor comunicar quem deseja fazer parte da sua festa de despedida de solteira, escolhendo as pessoas certas.

Reiventando a despedida de solteiro(a)

Para organizar uma festa de despedida de solteiro(a) não é preciso o desperdício de dinheiro que se vê nas redes sociais. Será realmente necessário decorar tanto a festa quando a única coisa importante é celebrar o futuro casamento?

É por isso que gostaria de vos falar de uma festa de noiva para a qual não fui convidada, mas pude acompanhar os preparativos.

Para começar, uma das convidadas ofereceu a casa de verão de sua avó, pois ela tem uma piscina. As amigas da noiva contrataram um conhecido professor de zumba que lhes deu uma aula com um traje de banho e mergulhando na água.

A refeição foi muito agradável, sentadas no chão, conversando e ao ar livre. Seguiram-se alguns jogos e a noiva parecia estar à vontade com as convidadas. Não houve piadas ruins ou picantes. Ao contrário: prevaleceu a delicadeza.

Por outro lado, os meninos tiveram uma manhã de kart e paintball, seguida de um churrasco no campo. À noite, houve um jantar conjunto e eles saíram para dançar.

Prelúdio para o casamento

Fazer uma despedida de solteiro(a) com pouco cuidado e mau gosto é, de certa forma, hipocrisia. Especialmente porque depois de algumas semanas o sacramento do Matrimônio vai acontecer. Estamos falando da celebração de um amor limpo entre um homem e uma mulher. Porque se não estiver limpo, a melhor coisa a fazer é não se casar.

Os católicos, para se divertirem, não precisam recorrer a temas raciais ou perder a compostura devido ao álcool. Portanto, que o adeus à vida de solteiro não seja um "adeus aos valores, ao bem" (entendendo o bem como sendo algo condizente com um estilo de vida cristão).

Portanto, que o adeus à vida de solteiro não seja um "adeus aos valores, ao bem" (entendendo o bem como sendo algo condizente com um estilo de vida cristão).

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