Não pude resistir a um suspiro melancólico quando vi a foto de uma amiga minha no Instagram.
Nós estudamos juntas durante muito tempo e compartilhamos muitos interesses comuns. Mas, agora, ela estava viajando pelo mundo, participando de eventos fabulosos, conhecendo pessoas influentes e postando fotos glamourosas de suas viagens e aventuras.
Mas agora, ela estava viajando pelo mundo, participando de eventos fabulosos, conhecendo pessoas influentes e postando fotos glamourosas de suas viagens e aventuras.
Enquanto isso, eu fico em casa, embalando meu bebê, como tenho feito nos últimos nove anos, filho após filho.
Normalmente, eu não deixo essas coisas me derrubarem. Eu sei que é para criar uma família que Deus está me chamando nesta época da minha vida. Sei que todos os meus sacrifícios pelos meus filhos valerão a pena. Também sei que o trabalho árduo e sagrado de cuidar de minha família é profundamente importante e significativo.
E eu adoro passar meus dias com meus queridos bebês. Mas, naquele momento, não pude deixar de sentir um pouco de inveja. “Por que ela consegue sair e fazer esse trabalho público legal e emocionante enquanto eu estou escondida aqui no coração da minha casa, dificilmente indo a lugar algum?”, pensei com uma explosão de autopiedade.
“Por que ela consegue sair e fazer esse trabalho público legal e emocionante enquanto eu estou escondido aqui no coração da minha casa, dificilmente indo a lugar algum?” Eu pensei com uma explosão de autopiedade.
Levei essa pergunta à oração e recebi uma resposta que mudou completamente a maneira como eu pensava sobre esta época da minha vida.
“Estes são seus anos ocultos”
Lentamente, percebi o que isso significava.
Anos atrás, na aula de teologia, aprendi sobre o mistério dos “anos ocultos” de Jesus. Sabemos muito pouco sobre a maior parte da vida de Cristo: os primeiros 30 anos de sua vida são quase totalmente indocumentados, exceto o início de sua vida e quando ele ficou perdido por três dias aos 12 anos.
Os teólogos chamam esses anos de “anos ocultos” de Cristo, e há algo profundo em Sua decisão de passar tanto de Seu curto tempo na terra escondido no coração da casa de sua família. Mons. Charles Pope explica lindamente:
O privilégio dos anos ocultos
Enquanto pensava nisso, comecei a ver a conexão. Como mãe escondida no coração do meu lar, tenho a oportunidade privilegiada de usar esses anos para dar glória a Deus.
Em vez de gastar meu tempo me sentindo frustrada e ressentida com as limitações desta fase da vida, posso procurar imitar o amor alegre que Cristo deu à sua família durante seus anos ocultos.
Percebi também que as mães de pequeninos não são as únicas que se sentem escondidas.
Talvez você seja um cuidador de um parente idoso, viva em um lugar isolado ou esteja mergulhado em uma época cansativa de sua profissão. Por tantas razões, podemos nos encontrar em “anos ocultos”.
Assim, ao continuar nesta fase, sinto-me chamada a viver bem esses anos, a aproveitar ao máximo esse tempo em casa.
E o descanso?
Recentemente, perguntei a um padre como buscar descanso quando estou em uma época de sacrifício profundo, e ele disse: “Sempre que você tiver um momento de silêncio, mesmo que seja apenas enquanto prepara o jantar ou dobra a roupa, deixe seu coração descansar no amor de Deus."
Quero deixar meu coração descansar em paz com a vontade de Deus para mim agora, em vez de sentir inveja de pessoas chamadas para coisas diferentes.
E não posso esquecer que os anos ocultos de Cristo foram um tempo de preparação para seu ministério público posterior. Esta fase pode não ser seguida por uma fase de trabalho público, mas esses anos também são uma preparação para a próxima vida, no Céu.
Pois bem: estou tentando descansar no amor de Deus, em vez de fazer comparações. Se você também está em seus “anos ocultos”, vamos tentar viver bem este tempo e aproveitar ao máximo essa oportunidade que nos é dada.