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Estudo científico revela por que as mães conseguem acalmar os filhos

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Ricardo Sanches - publicado em 14/07/22
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Pesquisadores canadenses afirmam que essa sintonia entre a mãe e o bebê é um fator fisiológico; estudo também traz esperança para mulheres com depressão pós-parto

Você, certamente, já presenciou a seguinte cena: um bebê está em prantos e, quando colocado no colo da mãe, para de chorar quase que imediatamente. Muitas pessoas ficam até impressionadas com o poder das mães de acalmar os filhos, sobretudo os recém-nascidos.

Pois bem: cientistas do Canadá descobriram o que está por trás desse "poder". Uma pesquisa realizada pela Universidade de York e publicada pela National Library of Medicine fez uma comparação entre o estado emocional de mães saudáveis e o das que tiveram depressão pós-parto, bem como as relações com seus bebês. A conclusão foi que as mães sem depressão conseguem acalmar os filhos mais facilmente. Isso, segundo os pesquisadores, é algo fisiológico e tem a ver com a sincronia entre os batimentos cardíacos da mãe e os do filho.

A pesquisa

Os pesquisadores acompanharam dois grupos de mulheres e seus bebês. O primeiro era composto por mães e bebês saudáveis e o segundo por mães que foram diagnosticadas com depressão pós parto e seus bebês.

Durante algumas semanas, os cientistas monitoraram os batimentos cardíacos das mulheres e dos bebês em várias situações de interação entre eles. Eles tomaram como base a variação de uma frequência cardíaca denominada "arritmia sinusal respiratória", que é um indicador do estado emocional das pessoas.

Os resultados

No grupo composto por mães saudáveis e seus filhos, os pesquisadores comprovaram que a que as mudanças na frequência cardíaca das mães aconteciam antes das dos bebês no momento da interação entre eles, principalmente quando em situações em que os pequenos estavam irritados. Para o autor do estudo, John Krzeczkowski, isso fazia com que as mães saudáveis conseguissem acalmar os filhos a partir da "sincronia dos seus batimentos cardíacos com o dos bebês".

Já entre as mães com depressão pós-parto, acontecia exatamente o contrário.

Esperança para muitas mulheres

As mulheres com depressão pós-parto que participaram do estudo foram submetidas à terapia cognitivo-comportamental. E, depois de nove semanas, os pesquisadores voltaram a fazer a comparação entre os batimentos cardíacos delas e os dos filhos. O que os cientistas descobriram foi que, depois da terapia, as mães com depressão passaram a ter o mesmo comportamento das mães saudáveis em relação à sintonia dos seus batimentos cardíacos e os dos bebês. Ou seja: as mães diagnosticadas com depressão, depois da terapia, apresentaram alteração nos batimentos cardíacos de forma a proporcionar uma sincronia com os batimentos cardíacos dos seus filhos. Assim, elas também conseguiram acalmar os bebês em situações de angústia.

Para o autor da pesquisa, os resultados trazem uma esperança para as mães com depressão pós-parto. "Este estudo demonstra empiricamente, pela primeira vez, que a fisiologia sincronizada entre mães e bebês desempenha um papel no conforto de bebês estressados, e que o tratamento da depressão pós-parto com a terapia cognitivo-comportamental pode melhorar essa sincronia”, afirmou Krzeczkowski.

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