Na fotografia, um cartão-postal de 10×15 cm datado de 1915, é possível ver um grupo de enfermeiras provavelmente ao redor de sete médicos da cidade tcheca de Hranice, localizada a 300 quilômetros a leste de Praga. Foi por acaso, em um leilão on-line, que Dariusz Giemza, historiador profissional e grande colecionador de cartões-postais antigos, decidiu adquiri-lo. O que ele não imaginava é que a foto fosse uma raridade, pois no grupo está ninguém menos do que Edith Stein.
Foi por acaso em um leilão online que Dariusz Giemza, historiador profissional e grande colecionador de cartões postais antigos, decidiu adquiri-lo e fez uma descoberta surpreendente: dentro do grupo está… Edith Stein.
Quando ele navegava pelo site de uma loja de antiguidades em junho passado, descobriu que um cartão-postal em preto e branco de Hranice estava em em leilão. O material o deixou interessado por seu valor histórico. Entretanto, ao olhar mais de perto, um rosto lhe chamou a atenção. “Olhei para esse rosto de perto e suspeitei que fosse Edith Stein. Quando vi a data no verso, 6 de maio de 1915, e o local, Hranice, fiquei quase convencido”, diz ele. “Eu conhecia os detalhes da biografia de Edith Stein e sabia que ela trabalhou no hospital de campanha Hranice de abril a setembro de 1915. Tudo combinava: o rosto, as datas, o lugar", acrescentou.
A enfermeira Edith Stein
O Hospital Hranice foi inaugurado no início de outubro de 1914. Quando a futura santa chegou lá, em abril de 1915, 150 irmãs cuidavam dos feridos poloneses, húngaros, eslovenos, romenos, italianos e até turcos. Edith, que recebeu seu treinamento como enfermeira no Hospital Toussaint, em Wrocław, juntou-se a eles para um serviço médico cansativo de seis meses na ala de febre tifoide.
Em seu livro "Vida de uma Família Judia", Edith Stein dedica um capítulo inteiro a esses seis meses. Descreve em detalhes suas funções e dificuldades. “Ela começava sua jornada às seis da manhã. E, então, recebia um crachá de enfermeira e uma fita com uma cruz vermelha em um fundo branco. Saía ao meio-dia. Também sabemos que Edith viajava com mais duas voluntárias”, explica o historiador.
Ele ainda explica que o hospital ficava longe da cidade e que Stein tinha que alugar uma condução para chegar até o local. Giemza também relata que os profissionais costumavam tirar fotografias dos quartos do hospital para que, depois, os doentes e feridos pudessem enviá-las como cartões-postais para seus entes queridos.
É ela!
Assim que Dariusz Giemza recebeu o cartão-postal, decidiu que ele fosse autenticado por especialistas. "Enviei o arquivo para três lugares, incluindo Roma e Wrocław, para pessoas que sabem tudo sobre Edith para ter certeza absoluta [que é ela que aparece na foto]", enfatiza.
“As respostas foram rápidas e unânimes: é ela! As informações escritas em alemão no verso, ou seja, o endereço da pessoa a quem o postal foi enviado, a data e o carimbo do correio também devem permitir a tomada de medidas adicionais. Talvez seja possível unir a família da pessoa que recebeu o cartão-postal com a santa, que é padroeira da Europa”, diz o pesquisador.
Na galeria abaixo você pode conferir uma coletânea de outras belas e raras fotografias de Edith Stein, a Santa Teresa Benedita da Cruz.