Temos uma técnica infalível para não refletir sobre o fato de que estamos apenas passando pela vida nesta terra: não pensar de forma alguma na morte. Um pensador teorizou que a maior parte da vida é uma tentativa de exorcizar o medo da morte e a angústia que ela produz.
O Evangelho, por outro lado, parece colocar todas as cartas na mesa e trazer à tona o que queremos esconder no porão do nosso inconsciente:
É óbvio que Jesus não nos pede que sejamos evangelizados pelo medo da morte, mas que nos lembremos da morte para viver nossa vida com “preparação”, isto é, desfrutar e viver tudo como uma experiência única e intensa, sem baixar a guarda.
De fato, quando nos esquecemos da morte, vivemos com uma ilusão de onipotência que nos leva a pisotear tudo e todos. Mas se apenas lembrássemos que cada um de nós morrerá em um dia desconhecido para nós, confiaríamos menos no lugar que ocupamos, nos títulos que ostentamos, nas posses que acumulamos e nos ressentimentos que guardamos.
A memória da morte nos coloca em nosso lugar.