O desenho infantil britânico Peppa Pig está entre os mais assistidos no mundo todo. O seriado, que já está no ar há 18 anos, conta as histórias de uma porquinha de cinco anos que vive com os pais e o irmão George. Peppa adora brincar em poças de lama e protagoniza diversas aventuras. Algumas vezes ela até se mete em confusão e gera polêmica. E um episódio do seriado que estreou recentemente no Reino Unido deixou muitos pais preocupados. O motivo: o desenho, pela primeira vez, fez referências a personagens homossexuais.
Em Families ("Famílias"), Peppa Pig brinca com a amiga Penny Polar Bear, que faz um retrato da família dela. "Eu moro com minha mamãe e com minha outra mamãe. Uma mamãe é médica e outra mamãe cozinha espaguete", explicou Penny.
Os pais britânicos, entretanto, não foram pegos de surpresa pelo polêmico episódio. A produção foi ao ar depois que uma campanha on-line com 24 mil assinaturas pediu a inclusão de uma família com pais ou mães do mesmo sexo no seriado.
"As crianças que assistem a Peppa Pig estão em uma idade influenciável. Excluir famílias do mesmo sexo vai ensiná-las que apenas famílias com um pai ou mãe ou dois dois pais de sexos diferentes são normais", afirma o texto da petição.
Idade influenciável
O fato de as crianças que assistem ao desenho Peppa Pig estarem idade influenciável é o mesmo argumento utilizado por especialistas como alerta aos pais que não querem que seus filhos estejam expostos a questões contrárias aos seus valores.
A psicóloga católica Thaís Ducini confirma que crianças entre zero e cinco anos são altamente influenciáveis. Para ela, leituras e desenhos podem impactar na formação da personalidade e identidade. "Se, por exemplo, a Peppa não gostar de comer cenoura e a criança assistir ao desenho e se identificar com o personagem, ela não vai querer comer cenoura, porque se identificou com o personagem, que vive os mesmo dramas que ela", explica Ducini.
Intérpretes da realidade
A psicóloga esclarece também que tudo o que acontece no desenho tende a ser considerado "normal" para a criança - inclusive o fato de alguém ter duas mães. Além disso, os pequenos carregam essa ideia de "normalidade" para a vida adulta - o que, em alguns casos, pode ser um perigo.
Por isso, para a especialista, a intervenção dos pais que não querem que os filhos consumam conteúdo contrários aos seus valores é imprescindível. "Nós católicos, que prezamos pela educação dos nossos filhos e os valores cristãos, devemos selecionar o que vamos oferecer para nossos filhos, incluindo desenhos, livros, filmes, músicas... Tudo precisa passar pelo filtro dos pais. É importante que eles tenham essa autoridade e a exerçam, pois nós somos os intérpretes da realidade para nossos filhos. Então, tudo aquilo que a gente oferece de bom, de belo e verdadeiro fica para sempre com a criança. É com isso que devemos nos preocupar em passar para eles", finaliza.
Portanto temos um dever como pais: não deixar que as telas e os outros eduquem nossos filhos a respeito de assuntos que nos são moral e religiosamente sensíveis. Temos que ser filtros e apresentar a visão cristã do mundo aos nossos tesouros.