1Papa convida jovens a concentrarem-se no essencial
Por Anna Kurian: "Não precisam de ser super-heróis, mas sim pessoas sinceras, verdadeiras e livres", disse o Papa Francisco quando recebeu jovens da Bélgica que tinham vindo em peregrinação a Roma a 10 de Outubro.
O chefe da Igreja Católica elogiou a "audácia" da sua fé, bem como o seu testemunho cristão "numa sociedade cada vez mais secularizada". No seu discurso introdutório, o porta-voz destes jovens lamentou o "declínio da fé na sociedade europeia", ao mesmo tempo que notou a "sede interior" e a "curiosidade sobre Deus" dos seus contemporâneos.
Os jovens: "prontos para conquistar o mundo"
A estes jovens "prontos a conquistar o mundo", o Papa recomendou não se deixarem "distrair pelas coisas triviais da vida", mas concentrarem-se "no essencial que flui da amizade com Jesus Cristo". "Não tenhais medo de aceitar a vossa vulnerabilidade, a vossa fraqueza", também os encorajou, assegurando-lhes que eram "não só o futuro da Igreja, mas sobretudo o seu presente".
O Papa referiu-os então à sua responsabilidade na construção de "uma Igreja verdadeira e autêntica", deixando-os com esta pergunta: "O que é que eu pessoalmente trago para este fim, qual é a minha contribuição para uma comunidade cristã alegre?"
"Não tenham medo! Sejam criativos, inventivos"
Tendo em vista o Dia Mundial da Juventude previsto para Portugal em 2023, Francisco confiou-lhes a missão de "cultivar a proximidade a todos os jovens, especialmente os que vivem em situações precárias, jovens migrantes e refugiados, jovens de rua, sem esquecer os outros, especialmente aqueles que vivem uma vida de solidão e tristeza".
Finalmente, numa altura em que a humanidade "está em grande perigo", o Papa Francisco exortou-os a serem "embaixadores da paz". "Não tenham medo! Sejam criativos, inventivos", chamando àqueles que se sentissem "incapazes, desarmados e impotentes".
2Francisco quer encontros igualitários entre migrantes e países de acolhimento
Por Anna Kurian: Pensar "fora da caixa" utilizando "arte, música" para aproximar os migrantes e os povos dos países de acolhimento. Este foi o conselho do Papa Francisco à família espiritual do novo santo italiano João Batista Scalabrini (1839-1905) - o "pai dos migrantes" - que recebeu na Sala Paulo VI do Vaticano, a 10 de Outubro, no dia seguinte à canonização do seu fundador.
O Papa encorajou estes religiosos, que tinham vindo a Roma com migrantes, "a não poupar recursos físicos e econômicos para promover os migrantes de uma forma integral". Sublinhou "a necessidade urgente de colocar a fraternidade antes da rejeição, a solidariedade antes da indiferença".
A "abertura de coração" do Bispo João Batista Scalabrini
No seu discurso, o Papa prestou homenagem à "abertura de coração" do Bispo João Batista Scalabrini, para quem "uma diocese não era suficiente". O pontífice argentino, neto dos migrantes piemonteses, recordou particularmente o apostolado do bispo para com os "emigrantes italianos" que "na altura partiam aos milhares para as Américas".
O Papa desejava encontros "em pé de igualdade entre migrantes e o povo do país que os acolhe". Encorajou as pessoas a "pensar fora da caixa", a "abrir novos espaços, onde a arte, a música e a vida em conjunto se tornam instrumentos de dinâmica intercultural".
"Manter sempre o ritmo com as últimas novidades"
"A fé, esperança e tenacidade dos migrantes pode servir de exemplo e de estímulo para todos aqueles que querem empenhar-se na construção de um mundo de paz e bem-estar para todos", disse o Papa, antes de considerar que a "sabedoria" consistia em "seguir sempre o ritmo do último".
Desejando que a santidade de João Batista Scalabrini "nos contaminasse", o chefe da Igreja Católica encorajou todos os batizados a "refletir o olhar de Deus" sobre o povo migrante. No seu discurso introdutório, o Padre Leonir Chiarello, Superior Geral dos Missionários de São Carlos Borromeo - Scalabrinianos - tinha sublinhado que a voz do Papa Francisco para as populações migrantes encarnava a do novo santo.