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Que vida espiritual tem um doente de Alzheimer?

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Orfa Astorga - publicado em 23/10/22
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Uma realidade que aflige muitas famílias. Afinal, a alma ainda está presente? Entenda:

Ouvi este testemunho de um paciente: "A minha mulher, com pouco mais de sessenta anos de idade, acaba de ser diagnosticada com Alzheimer, uma doença incurável e progressiva, que irá gradualmente minar as suas faculdades mentais até se desligar do mundo e finalmente morrer".

"Queria que fosse eu, não ela, a sofrer uma doença tão dura, e ser o primeiro a partir" - acrescentou ele com muita tristeza.

– Se tivesse sido o doente, o que teria sido da sua mulher? – perguntei, considerando uma resposta provável.

– Oh, ela teria sofrido muito, ao ponto de um sofrimento incalculável! E… pensando assim, consola-me saber que não será assim, que serei eu a sofrer, e não ela. Na verdade, eu não o tinha visto dessa maneira. No entanto, não consigo aceitar a cruz de vê-la sofrer de uma doença que a roubaria os seus anos dourados.

– Compreendo a sua aflição, mas proponho-lhe que considere que, nas profundezas da sua doença, a alma da sua esposa, na sua plenitude, permanecerá com ela, e que, quando morrer, ela irá ao encontro de um amor pessoal, que lhe dará a vida eterna e uma felicidade difícil de compreender na terra.

A alma ainda está presente?

Bem, a palavra alma tem duas formas de ser interpretada, e ambas correspondem à realidade da pessoa.

Na primeira, é como um princípio que anima, que dá vida, e que, quando deixa de operar, a pessoa morre fisicamente.

A segunda corresponde ao ser espiritual da pessoa, que não está no tempo, e portanto não morre, porque é feito por Deus para a eternidade.

A alma guarda muitos mistérios sobre as nossas mais profundas aspirações humanas e, sobretudo, sobre os nossos anseios de realização e os nossos anseios de salvação, que encontrarão uma resposta luminosa quando tivermos deixado este mundo.

O homem então me disse que sabia que sua mulher, que é de grande fé, sempre viveu atenta à sua alma espiritual, e que por isso ela não tinha medo de sofrer nem de deixar este mundo.

Então, confiando na fé da sua mulher, perguntei-lhe o que ele poderia concluir sobre a forma como irá lidar com a sua doença.

– De agora em diante, devo aprender a sentir-me muito confortado, confiando plenamente em Deus, tal como ela o faz. Que nada de mal pode vir d'Ele. E que, em nome da minha alma, me esforçarei por aceitar a cruz com esse sentido esperançoso.

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