A nova legislação restritiva ao aborto nos EUA salvou 10 mil nascituros em 2 meses, segundo um relatório elaborado por entidades pró-aborto que, naturalmente, veem este dado como um "retrocesso".
O relatório é resultado do projeto #WeCount, capitaneado pela rede multinacional de clínicas de aborto Planned Parenthood.
De fato, os abortos caíram 6% no país desde a anulação da antiga lei inconstitucional que liberalizava o aborto em todo o território nacional. Em 24 de junho deste ano, festa do Sagrado Coração de Jesus, a Suprema Corte dos EUA derrubou a sentença Roe versus Wade, de 1973, devolvendo aos Estados da Federação o direito de legislar de modo autônomo a este respeito. Com isso, grande parte dos Estados aprovaram leis que restringem a prática.
Os frutos imediatos incluíram dimuinuições de 5.270 abortos em julho e 5.400 em agosto. A quantidade de abortos despencou em Estados que adotaram proibições, como Alabama, Arkansas, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Missouri, Oklahoma e Wisconsin. Por outro lado, aumentou em vários Estados onde o aborto continua legalizado, como a Carolina do Norte (37%), Kansas (36%), Colorado (33%) e Illinois (28%).
Em julho e agosto, os dois primeiros meses desde a nova decisão da Suprema Corte, o número de abortos caiu 6%, o que equivale a 10.670 abortos a menos. Caso essa taxa se mantenha, poderão ser salvas do aborto mais de 60 mil vidas só no primeiro ano da nova legislação.
Chuck Donovan, presidente do instituto pró-vida Charlotte Lozier, declarou à agência católica de notícias CNA:
"Os resultados do projeto #WeCount confirmam que as leis pró-vida salvam vidas. Não existe nada como o nascimento de um bebê! Essas leis se traduzirão nesse milagre milhares de vezes".
Donovan denuncia que a indústria do aborto "só tem uma mensagem para as mulheres": a de que elas não conseguem lidar com uma gestação. Para ele, essa mentira está sendo substituída por uma verdade muito maior: "você consegue e nós estaremos com você para apoiar".
Como exemplo desse apoio, ele destaca as iniciativas em andamento nas regiões dos EUA que restringiram o aborto:
"Os Estados pró-vida já deram um passo à frente para apoiar mulheres e famílias. Só o Texas já orçou mais de 100 milhões de dólares para incentivar opções reais para as mulheres".