O Papa Francisco abençoou a Nicarágua durante uma audiência privada com o arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes, a quem recebeu no Vaticano recentemente. O encontro aconteceu pouco antes da viagem do pontífice ao Bahrein nesta quinta-feira, dia 3, mas a data exata não foi informada.
Via redes sociais, a arquidiocese de Manágua divulgou a proximidade do Papa ao povo do país, que sofre uma ferrenha perseguição anticatólica promovida pelo ditador Daniel Ortega.
"O arcebispo manifestou ao Papa o carinho e as orações do povo nicaraguense, assim como a realidade da Igreja no país. O Papa enviou a sua bênção e proximidade à Nicarágua".
Ao portal de notícias Vatican News, o cardeal Brenes declarou na terça-feira, 1º de novembro, que o Papa "conhece muito bem a realidade" do país e encoraja a Igreja a continuar sendo mensageira de "reconciliação e esperança".
A propósito da postura do Papa Francisco em relação à situação dramática da Nicarágua, o cardeal comentou:
"Era um tema que, com certeza, seria discutido com o Papa. Ele está bem informado e conhece muito bem a realidade. Só me perguntou alguns detalhes e eu dei a minha opinião".
O regime ditatorial de Daniel Ortega expulsou ainda em março o núncio apostólico do país. No meio do ano, expulsou as Missionárias da Caridade, da Madre Teresa de Calcutá, e várias outras congregações e organizações católicas. Em agosto, determinou um cerco à cúria episcopal de Matagalpa que se estendeu por 15 dias, após os quais prendeu o bispo, dom Rolando Álvarez, e vários padres e seminaristas que também estavam na residência episcopal, além de um colaborador leigo da diocese, sem qualquer acusação formal. Todos continuam presos ilegalmente. A ditadura também tem fechado meios de comunicação católicos, sobretudo emissoras de rádio. Não obstante, Daniel Ortega declarou que a verdadeira ditadura é a Igreja Católica.
Enquanto democracias de todo o mundo criticam com veemência o regime de Ortega e exigem a libertação dos presos políticos, outros governos de ideologias afins à do ditador se mantêm silenciosos, coniventes ou mesmo aliados.