Na região de Kherson, libertada em 11 de novembro pelas tropas ucranianas após a invasão russa, foram encontrados onze locais de detenção, incluindo quatro câmaras de tortura.
Os invasores tinham prendido pessoas que se recusavam a cooperar. Ucranianos foram torturados nos porões de casas particulares, em instituições de ensino e até em uma mercearia.
"Não havia banheiros nem móveis básicos. Há placas nas paredes indicando o número de dias que o nosso povo esteve nessas condições", declarou o comissário de direitos humanos do Parlamento ucraniano, Dmytro Lubinets, que visitou um dos locais de tortura.
Ícones de santos e orações nas paredes das câmaras de tortura
Um homem que sobreviveu às violências e passou 24 dias em uma dessas câmaras afirmou que os ocupantes usaram vários métodos de tortura. Ele frisou que o pior foram os eletrochoques, que o atormentaram até perder a consciência.
Enquanto estavam nas câmaras de tortura, os prisioneiros que conseguiam rezavam pelas crianças, por ajuda para o país e pelo exército. Em Vowgansk, libertada no início de outubro, os prisioneiros esculpiram ícones de santos e orações nas paredes das câmaras.
Pavlo Sushko, vice-presidente do Comitê de Informação e Política Humanitária da Verkhovna Rada da Ucrânia, testemunhou:
"Vimos essas inscrições nas paredes das câmaras de tortura [em Kherson] com os nossos próprios olhos. Ícones arranhados por pessoas que ficaram mantidas lá dentro pelos ocupantes. Datas gravadas com os dias que eles passaram lá. Frases. É difícil imaginar os horrores que eles sofreram".
Desde o início da guerra de Vladimir Putin, a região de Kherson foi uma das primeiras da Ucrânia a ser atacadas. As tropas ocupantes a conquistaram quase completamente em duas semanas de batalhas.
Com informações de rkc.org.ua