Há tempos escrevendo toda semana aqui, creio que grande parte dos leitores já saibam que sou eremita de Charles de Foucauld. Por isso, venho, com muita confiança, pedir a sua preciosa ajuda como benfeitor(a) do trabalho que, com a graça de Deus, busco realizar. Neste contexto de súplica, dou-lhes a conhecer um pouco mais do meu estilo de vida.
Eremita (de eremus, deserto) é, segundo a Regra de São Bento 1,3-5, o monge que vive só ou não forma comunidade (estes são cenobitas). O eremita está, na Igreja, regido, de modo especial, pelo cânon 603 do Código de Direito Canônico e fica ligado ao bispo diocesano, seu superior direto. Cada eremita escolhe uma espiritualidade que melhor o ajude a seguir, de perto, a Cristo em sua Igreja (cf. Mt 16,18). No meu caso, o modelo de segmento a Nosso Senhor é São Charles de Foucauld (1858-1916), recém-canonizado pelo Santo Padre, o Papa Francisco. A Cultor de Livros publicou um livro de minha autoria sobre ele e seus ensinamentos. É o Vida e espiritualidade de Charles de Foucauld & Regra de vida eremítica, de modo que lá podem ser encontradas mais informações sobre o santo e também a respeito da minha forma de viver o seu grande legado.
Para este artigo, deixo registrado o seguinte: um eremita de Charles de Foucauld não pede nada de material – mesmo que necessário – à Igreja, ainda que possa d’Ela receber algo por caridade. “Para sustento pessoal, o eremita contará com seu trabalho manual, intelectual ou pastoral e doações que poderá pedir, mas nada requisitará de material à Diocese ou à Paróquia na qual está. Caso esta lhe dê algo, o fará livremente” (Regra n. 8). Aqui, surgem duas questões importantes: Como se poderia resumir, em aspectos gerais, o dia a dia do eremita? Com que meios ele se mantém materialmente?
A resposta está na própria Regra: “A vida cotidiana do eremita caracteriza-se pela Oração (a razão de seu existir na Igreja), pelo Estudo e pelo Trabalho” (n. 13). A oração é a da Santa Missa, da Liturgia das Horas e algumas devoções aprovadas pela Igreja (cf. Regra 14-25), o estudo se volta para temas religiosos e de interesses gerais (cf. Regra 26-29) e o trabalho pode ser de três naturezas: intelectual, manual ou pastoral (cf. Regra 30-33). De certo modo, realizo cada um deles, pois escrevo artigos e livros ou os traduzo (intelectual) cuido da casa em todos os seus serviços (manual) e atendo pessoas com dúvidas de fé ou pedidos de oração, realizo divulgação de livros nas paróquias que aceitam ou ministro formações (pastoral).
O eremita de Charles de Foucauld também pode – e deve, por extrema necessidade – ter benfeitores, conforme aparece no número 47 da Regra de vida eremítica. Ainda: “No campo material, sustenta-se, dentro da simplicidade, com o que a Divina Providência lhe concede pelos frutos de um trabalho condizente com seu estado de vida e por meio das doações de todos aqueles que reconhecem nessa modalidade de viver um grande bem para a Igreja e para a Humanidade inteira. Afinal, a oração é a alma da alma, é contemplar o próprio Deus (cf. Luz no deserto: retiros, notas e correspondências de Charles de Foucauld. São Paulo: Cultor de Livros, 2018, p. 80-81).
No que é usado o dinheiro recebido do trabalho e da doação de benfeitores? – Nos gastos simples, mas necessários do dia a dia (aluguel, energia elétrica, alimentos básicos etc.) e – se sobrar um pouquinho – em livros. Nos últimos meses, o número de pessoas com necessidades espirituais aumentou muito. Com isso, o tempo para outros trabalhos diminuiu. Por conseguinte, entram menos recursos, mas as contas continuam chegando do mesmo modo. E a questão crucial: Como posso deixar de atender – em longa conversa – uma pessoa às portas do suicídio, por exemplo? Nem há como pensar nisso!
Diante desse quadro, só me resta recorrer à sua preciosa caridade a fim de que, por meio dela, eu possa ajudar outras pessoas no seu angustiante dia a dia. Deixo os contatos para esclarecer dúvidas e lhe facilitar o envio de seu necessário auxílio. E-mail: toppaz1@gmail.com e (19) 995649949 (Whatsapp / Pix). Deus o (a) recompense!