O ano de 2030 marcará o bimilenário do batismo de Jesus nas margens do rio Jordão. E a Jordânia, que abriga um dos supostos locais deste importante episódio narrado pela Bíblia, quer estar pronta para este evento.
Por isso, a região de Al-Maghtas, que fica a poucos quilômetros da cidade de Jericó e que seria a "Betânia além do Jordão" mencionada pelo evangelista João (Jo 1, 28), deverá ser totalmente redesenhada, segundo um projeto apresentado na presença do rei Abdallah II e do seu conselheiro para os assuntos religiosos, o príncipe Ghazi Ben Mohammed.
O projeto tem custo estimado de 100 milhões de dólares e pretende ampliar as instalações existentes, respeitando a integridade e a "espiritualidade" deste lugar classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO.
"Uma Aldeia Bíblica" recriada
Entrevistado pelo Serviço de Notícias Religiosas, o principal promotor do projeto e ex-ministro do Trabalho, Samir Murad, afirma que rejeitou propostas de hotéis de luxo, privilegiando o conceito de "aldeia bíblica, que tenta recriar uma experiência de 2.000 anos", com preços mais acessíveis em hospedagens para peregrinos que desejarem passar um tempo no local.
A obra deverá decorrer em duas fases. A primeira, orçada em 15 milhões de dólares, deverá ficar pronta em 2023. A segunda, no valor de 85 milhões de dólares, contempla a construção de um “hotel de três estrelas, uma área comercial, um museu, um centro de bem-estar, bem como jardins botânicos”. A ideia é “criar uma atmosfera semelhante à da Cidade Velha de Jerusalém”, garante Murad.
Redescoberta em 1994, as escavações arqueológicas de Al-Maghtas revelaram, em particular, as ruínas de igrejas e mosteiros do período bizantino, bem como cavernas de eremitas e fontes batismais. Prova de que este local é objeto de uma antiga veneração.