O Estado de Nova Iorque, liderado pela governadora Kathy Hochul, do Partido Democrata, se tornou a sexta unidade da federação norte-americana onde é legalizada a compostagem de corpos humanos.
O pioneiro na controversa iniciativa foi Washington, em 2019, seguido por Colorado, Oregon, Vermont e Califórnia.
A compostagem humana também é legalizada na Suécia.
Trata-se basicamente do mesmo processo aplicado ao lixo orgânico: o corpo da pessoa falecida é armazenado ao longo de semanas dentro de um recipiente fechado, junto com terra e materiais como alfafa, lascas de madeira e palha de capim, para se decompor gradualmente sob a ação de micróbios até, literalmente, virar adubo.
De fato, em cerca de um mês, a terra que resulta da compostagem passa por um processo final de aquecimento para exterminar agentes de contaminação e, na sequência, é entregue à família - que poderá usá-la para adubar flores ou plantas.
Militantes ambientalistas promovem a compostagem humana como "alternativa ecológica" aos enterros e à cremação.
Entretanto, o alegado "funeral verde" tem custos chamativamente elevados.
Uma das empresas norte-americanas especializadas na prática, a Recompose, de Seattle, cobra cerca de 7 mil dólares pela compostagem de um corpo humano. Justificando a conta salgada com narrativas ecologicamente corretas, ela afirma que a novidade pode economizar uma tonelada de carbono em comparação com a cremação ou o enterro tradicional.
Um representante de outra empresa do ramo, a Return Home, de Washington, celebrou a aprovação da compostagem humana em Nova Iorque, sancionada neste 31 de dezembro, declarando ao New York Post que se trata de "um grande passo para o tratamento de morte verde acessível em todo o país".
Por outro lado, os bispos católicos norte-americanos se opuseram publicamente à aprovação da prática em mais um Estado. Eles argumentam que a compostagem “não oferece o respeito devido aos restos mortais” e afirmam que o corpo humano não pode ser tratado como “lixo doméstico”.