Jesus, o Filho de Deus, nasceu de uma mulher. Uma jovem, uma virgem, uma mulher simples, que nunca sonhou estar na Forbes ou ser uma mulher poderosa da sociedade. Ela queria ser o que Deus queria dela: esposa e mãe. Por isso, ser mãe é desfrutar da confiança de Deus em gerar seus filhos e conduzi-los ao céu. É nisso que a mulher cristã acredita.
Ora, a natureza da mãe é esta: guardar, amparar, alimentar e amar profundamente um ser que também carrega o seu sangue.
Por isso, a ideia de perder a própria mãe gera nos filhos uma tristeza e um vazio na alma diferentes de todos os outros.
A morte da mãe também produz sofrimento mental que, muitas vezes, superá-lo está além do nosso alcance. É por isso que vamos à psicoterapia. Mas é somente graças ao poder da fé que conseguimos passar por essa ferida e curá-la.
Como me preparar?
A mãe é aquele amor eterno e inesquecível. Então, como alguém pode se preparar para a morte da própria mãe? Posso dizer aos meus amigos que minha mãe está morrendo? Ser órfão aos dez anos é o mesmo que aos cinquenta? Não sei. Mas, neste artigo, quero apenas dar-lhe algumas ideias para o seu próprio processo e que, no fundo, têm funcionado para mim.
Segundo pesquisa da psiquiatra Elizabeth Kübler-Ross, pioneira em processos de morte e especialista em cuidados paliativos, o processo de luto de uma pessoa passa por cinco fases: tristeza profunda, raiva, negação, negociação ou interrupção das atividades habituais e a necessidade de mudar a própria vida. Vou explicar brevemente cada uma.
As cinco experiências do coração, da mente e da alma
- Tristeza profunda: Quando recebemos a notícia de que nossa mãe tem uma doença terminal, há um choque e uma descrença espontânea. Todos nós sabemos que morrer faz parte do processo da vida, mas ninguém está preparado para entender o significado único que a morte traz. É todo esse amontoado de experiências e sentimentos que faz surgir uma profunda tristeza. Mas, cuidado! Essa tristeza, nesse caso, é normal; você não está deprimido. Então, aceite essa tristeza, viva-a. Se precisar chorar, chore. Se precisar fazer terapia, faça e, se quiser falar com um padre, procure-o. Você não precisa viver esse processo sozinho.
- Raiva: Todos nós sentiremos raiva pela perda de nossa mãe. No entanto, aqueles que perdem a figura materna repentinamente podem sentir essa raiva com mais intensidade. É o caso do príncipe Harry. Ele conta que chegou a reclamar de sua mãe, a princesa Diana, por deixá-los daquele jeito. E o que você deve fazer se estiver com raiva? Expresse esse sentimento a Deus, ao seu pároco, ao seu terapeuta, ao seu cônjuge ou à pessoa que você sabe que vai ouvir sem julgar. Se quiser chorar, chore. Tudo isso é curativo, terapêutico.
- Negação: Como expliquei acima, toda pessoa terá muita dificuldade em aceitar que logo experimentará uma perda. Talvez a mais importante de sua vida. Mas haverá muitas pessoas que continuarão suas vidas como se tudo estivesse bem. Segundo a neurociência, isso também é normal, pois o cérebro não gosta de mudanças. Elas terão que passar pelo menos 90 dias antes de aceitar que a mãe não está mais aqui ou logo irá embora.
Equilíbrio
- Interrupção de atividades habituais ou negociação: você é uma pessoa de fé, você é uma pessoa forte, madura, com família e um emprego estável... Porém, no momento em que você sabe que sua mãe vai morrer, você não consegue focar da mesma forma que antes. Uma nuvem negra frequentemente se instala em sua cabeça; você para de se exercitar, cancela alguns compromissos sociais e se pega pensando nela com frequência. Tudo isso é normal, desde que não paralise sua vida e seus relacionamentos. Na verdade, o luto pela perda de uma mãe começa no momento em que você recebe a notícia de que ela tem pouco tempo de vida. Mas há uma diferença muito importante em torno da fé: Deus vai te encher de força e você vai superar a dor.
- Necessidade de mudar de vida: perder a mãe é como um chamado para fazer um balanço da vida. É buscar o que importa e abrir mão de muitos aspectos superficiais da vida.
A morte da nossa própria mãe nos aproxima de Deus, nos faz refletir, nos faz pensar em como seria nossa vida sem ela. Também nos faz apreciá-la mais e pensar em todas as coisas que ela fez por nós.
No meu caso pessoal, posso dizer que minha mãe me inspirou a trabalhar com alegria e muito esforço. Em sua época, gozou de grande prestígio, ministrando aulas de culinária para centenas e centenas de mulheres em El Salvador.
Essa necessidade de sentir a mudança de vida ocorre porque, inconscientemente, você sabe que agora tem a responsabilidade de deixar um legado igual ou maior que o deixado por sua mãe, principalmente se você for um mulher.
"A morte de um ente querido é um buraco negro ao qual não podemos dar qualquer explicação. Se a fé está guardada, a morte não tem a última palavra.
(...)
Lembremo-nos daquele gesto de Jesus: 'E Jesus o devolveu à sua mãe'. Assim Ele fará com todos os nossos entes queridos e conosco quando nos encontrarmos, quando a morte for definitivamente derrotada em nós."