Não é raro, na missa e nos grupos de oração, ouvir a pessoa ao lado dirigir-se a Deus usando o "Vós". Afinal, dizemos: "Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome…". Antes de comungar, dizemos: "Senhor, eu não sou digno de que entreis…". Para dizer a verdade, o problema é bastante específico de idiomas como o português e o francês. Em latim, "vous" não existe como uma marca de reverência, como acontece em inglês. Em espanhol, "usted" é raramente usado na linguagem cotidiana.
Na missa…
Em francês, por exemplo, quando, após a reforma litúrgica, a missa foi oficialmente traduzida para os idiomas vernáculos, foi decidido usar "tutoiement" (tratamento informal relativo ao "Tu") ao referir-se a Deus. Esta decisão reflete o contexto em que foi tomada. Na sociedade francesa dos anos 70 - e o fenômeno se tornou mais pronunciado desde então - o uso da forma formal estava diminuindo. Há duas razões para isso: a adaptação à sociedade e o desejo de enfatizar a proximidade de Deus com todos, aquele que quer nossa amizade, aquele que se tornou homem.
De fato, a liturgia é um lugar para o exercício da obediência, e que sujeita a todos, a começar pelo padre.
E na oração pessoal?
Na oração pessoal, por outro lado, tudo depende da relação que cada pessoa tem com Deus… Algumas pessoas sentem que o uso da forma formal (usando o "Vós", por exemplo) de dirigir-se a Deus é muito distante, enquanto outras optam por uma linguagem mais formal.
No entanto, ser educado é sempre muito bem-vindo, mesmo que se use perante a Deus uma linguagem mais próxima da linguagem do dia a dia. Mantenha em mente sempre juntos estes dois aspectos de nossa relação com o Pai, o Filho e o Espírito Santo: Deus é ao mesmo tempo nosso criador e nosso amigo, nosso Pai e nosso Irmão, tão longe de nós e ao mesmo tempo mais íntimo de nós do que nós mesmos, como disse Santo Agostinho.