À medida que Jesus pregava e realizava milagres, a sua fama crescia de modo intenso. Isso parece uma coisa boa, mas Jesus sabe muito bem que as pessoas o seguem por causa da sua sede de sensacionalismo.
A nova sabedoria que Ele luta para incutir em seus discípulos ainda é um tanto estranha para eles. É a sabedoria da Cruz, a sabedoria que entende a fraqueza não mais como um problema, e sim como um caminho para a salvação. É a sabedoria que ganha perdendo, que ama sem medida, que nos leva a perdoar quem nos mata. É a sabedoria que nos leva não ao sensacional, mas ao essencial.
Levará algum tempo até que os discípulos (e depois os cristãos de todas as épocas) entendam completamente esta mensagem. Talvez busquemos Jesus porque queremos que Ele resolva algum problema para nós – e não para aprendermos a enfrentá-los. Não podemos aprender esta lição sem viver uma vida espiritual.
A vida espiritual começa ao abrirmos espaço para não sufocar a voz de Jesus com as mil coisas que fazemos, para que possamos finalmente ouvi-lo. É um espaço em que paramos de falar e deixamos que Ele fale. Só então podemos compreender o pedido que Ele faz aos seus discípulos no Evangelho: que lhe preparassem um barco por causa da multidão, para que não o esmagassem.
A verdadeira vida espiritual não precisa de muito tempo, nem de muitas coisas. Mesmo um pouco de tempo é suficiente. O importante é que o defendamos com determinação.